Tradução para o Português de escala Hypertension Self-Care Profile pode ajudar a avaliar autocuidado na Hipertensão
13/05/2024, 14:57 • Atualizado em 13/05/2024, 14:56
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Um estudo publicado realiza tradução, adaptação transcultural e teste de eficiência do Perfil de Autocuidado com Hipertensão
A escala "Hypertension Self-Care Profile" (HBP-SCP) agora pode ser encontrada em Língua Portuguesa e utilizada por profissionais de saúde que falam ou dominam o idioma. O estudo “Translation, Cross-Cultural Adaptation, and Validation of the Hypertension Self-Care Profile (HBP-SCP) for the Brazilian Population”, publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences realizou a tradução, a adaptação transcultural e a validação do Perfil de Autocuidado com Hipertensão (já traduzido) no Brasil.
O instrumento é um avaliador do autocuidado em pessoas com hipertensão arterial sistêmica (HAS), utilizado em países como China e Turquia. A COSMIN (Consensus-based Standards for the selection of health Measurement Instruments) estabelece critérios para tradução e adaptação transcultural de instrumentos, os quais foram seguidos na publicação.
A versão traduzida passou por duas fases de teste: a pré-final, que reuniu um público de, no mínimo, 30 pacientes, e a final, com, no mínimo, 100 indivíduos. Em ambas, os participantes responderam e avaliaram a usabilidade do questionário.
Segundo determinação da COSMIN, tanto para a fase pré-final e para a final, o mesmo público-alvo deve ser pré-definido. Neste caso, foram indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial acima de 18 anos, que fazem uso regular de anti-hipertensivos.
“A coleta desses dados foi um desafio que a gente conseguiu superar, porque realizamos um estudo em rede, com parcerias. É interessante porque coletamos dados de várias regiões do país, que podem ter características diferentes”, diz Jussara Baggio, autora do artigo.
O estudo foi realizado em parceria pela Universidade Federal de Alagoas, de Campos Arapiraca, pela Universidade Federal de São Carlos e a Universidade Ceuma, em São Luís, Maranhão. Jussara acredita que o resultado abarcou diferentes características culturais e possibilitou a validação adequada do instrumento.
“É importante que essa coleta de dados tenha sido realizada em diferentes regiões. Isso nos permitiu caracterizar a população de uma maneira mais abrangente, com questões culturais e sociodemográficas diversas, o que facilita no processo de validação”, conta.
Jussara acredita que a ferramenta pode ser interessante para estender o cuidado com pacientes hipertensos e criar estratégias para melhorar e combater a condição, um problema sério de saúde pública e causador de diversas outras doenças.
“É uma escala que pode ser utilizada por profissionais na prática clínica ou para futuras pesquisas para avaliar essa população e avaliar os cuidados relacionados com a hipertensão arterial”, ressalta.
É importante destacar que a ferramenta traduzida não possui custo algum, é pública e pode ser utilizada por qualquer profissional de saúde para sua prática ou em pesquisas. Além disso, a escala pode ser útil para utilização no SUS, por conseguir fornecer um panorama sobre o autocuidado ou manejo da HAS pelos usuários.
Para ter acesso a ferramenta, a pesquisadora disponibiliza seu e-mail para contato e envio da tradução na íntegra: jussara.baggio@arapiraca.ufal.br