Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) cria algoritmo inédito para identificar e prevenir morte súbita
13/05/2024, 15:09 • Atualizado em 13/05/2024, 15:09
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O algoritmo está disponível na 1° Diretriz Brasileira de Cardiomiopatia Hipertrófica, uma doença silenciosa que pode causar morte súbita em até 40% de seus portadores, em especial em jovens
Relatada em 122 países, o que corresponde a 90% da população mundial, a Cardiomiopatia Hipertrófica atinge, hoje, cerca de 20 milhões de pessoas no mundo todo, sendo a maioria homens (70%). Destes, 30 a 40% correm o risco de terem morte súbita, segundo a 1° Diretriz Brasileira de Cardiomiopatia Hipertrófica, um documento da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também sobre as mortes, 70% das causadas pela Cardiomiopatia Hipertrófica atingem pessoas com menos de 40 anos de idade.
Esta doença, que costuma ter origem genética, é caracterizada pela hipertrofia (fortalecimento/enrijecimento) do músculo cardíaco e, apesar de grave, costuma ser silenciosa (90% dos casos são assintomáticos). Quando há sintomas, eles são confundidos com outras patologias. Por exemplo, 43% têm sinais de insuficiência cardíaca e outros possuem sintomas de sopro cardíaco, o que potencializa falsos diagnósticos e aumenta os riscos de morte súbita.
“Muitas pessoas podem ser portadoras e confundi-la com outras doenças, já que os sintomas são os mesmos de outras cardiopatias. Por isso, é importante que todos os indivíduos façam avaliação pré-atividade física para prevenir complicações, independentemente de serem de alta intensidade ou não”, afirma Fábio Fernandes, principal coordenador da nova Diretriz.
Novo algoritmo
Deste modo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou a 1° Diretriz Brasileira de Cardiomiopatia Hipertrófica. O documento, que reuniu mais de 70 pesquisadores brasileiros, criou um algoritmo inédito que busca estratificar, identificar e prevenir o risco de morte súbita em pacientes portadores desta cardiopatia, especialmente no Brasil. A análise ajuda a identificar quais pacientes necessitam de intervenção cirúrgica imediata.
A União Europeia e os EUA já possuíam orientações sobre o tema. No entanto, como ela possui origem genética, faltavam diretrizes que correspondessem à realidade dos povos latino-americanos, que foram contemplados agora com esta nova publicação.
Figura 1: Algoritmo de estratificação de risco de morte súbita e indicação de CDI nos pacientes com CMH.TV: taquicardia ventricular; FV: fibrilação ventricular; HVE: hipertrofia ventricular esquerda; MS: morte súbita; TVNS: taquicardia ventricular não sustentada;CDI: cardiodesfibrilador implantável; FC: frequência cardíaca
Acesse a Diretriz: link