“SBC vai à escola” chega à Roraima
24/08/2021, 17:02 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Pela primeira vez, programa de educação da SBC em prol da conscientização dos estudantes do ensino fundamental e médio, bem como de toda a rede escolar, para a promoção de saúde e prevenção de doenças cardiovasculares, alcança a região norte do Brasil
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) realizou, no último dia 20 de agosto, de maneira online, a formação dos monitores que atuarão no programa “SBC vai à escola” no Estado de Roraima, na região Norte do país. O programa procura trabalhar a conscientização dos estudantes do ensino fundamental e médio, bem como de toda a rede escolar, para a promoção de saúde e prevenção de doenças cardiovasculares.
Em fevereiro de 2020, a SBC, por meio da Diretoria de Promoção e Saúde Cardiovascular, representada pelo diretor, José Francisco Kerr Saraiva, firmou parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) com intuito de expandir o “SBC vai à escola” via secretarias estaduais, e a primeira que aderiu ao programa foi a Secretaria de Estado de Educação e Desporto de Roraima (SEED), com o apoio da secretária Leila Perussolo. A princípio, foram selecionadas cinco escolas: 1) Diva Alves de Lima; 2) Euclides da Cunha; 3) São Vicente de Paula; 4) Penha Brasil, e 5) Vitória Mota Cruz. Para o próximo ano, instituições escolares de áreas rurais e indígenas devem participar do programa.
“O dia 20 de agosto de 2021 já pode ser considerado uma data histórica para a prevenção das doenças cardiovasculares no Brasil. O programa “SBC vai à escola”, da diretoria de Promoção da Saúde da SBC, alcançou, pela primeira vez, a região norte do território brasileiro. Com mais de dez anos de existência, o programa tem levado, com seu Comitê da Criança e do Adolescente, a importância da promoção da saúde entre os jovens. Além da obesidade infanto-juvenil, são abordados outros fatores de risco como sedentarismo, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e estresse. Nossa grande missão é não somente apresentar os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, mas sensibilizar e motivar toda a rede escolar e a sociedade civil a terem um estilo de vida saudável”, fala a cardiologista, coordenadora do programa e do Comitê da Criança e do Adolescente da SBC, Carla Lantieri.
O programa também está fundamentado em plataforma de pesquisa na qual a coordenadora é a pesquisadora principal, com a mentoria do professor Antônio Carlos Palandri Chagas – que também é diretor do Departamento de Aterosclerose, da SBC.
Cerca de 20 monitores participaram dessa primeira ação. A equipe interprofissional dedicada ao “SBC vai à escola” levou até eles a ciência de bancada para a aplicação dos conhecimentos na vida cotidiana dos jovens.
A prática da atividade física, de maneira simples e regular, segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi apresentada pela educadora física, Kátia De Angelis, que elencou seus benefícios: controlador da pressão arterial, do peso corporal, para melhorar a mobilidade articular, a densidade óssea, entre outros. Atividades físicas fazem bem para a mente, à autoestima, reduzem depressão, mantém autonomia, aumentam o bem-estar e aliviam estresse.
O “SBC vai à escola” segue, desde 2014, as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Nesse contexto, a nutricionista Giorgia Castilho Russo ministrou aula sobre alimentação saudável como protetora da saúde cardiovascular e destacou que evidências científicas mostram que o ambiente alimentar, em que as pessoas estão inseridas, influencia muito nas escolhas alimentares da população.
“O Guia Alimentar para a População Brasileira orienta a prática da escolha por alimentos in natura ou minimamente processados, e alerta sobre os ultraprocessados. O hábito de se ter à mesa a comida de verdade, cultivando-se o convívio familiar e compartilhando a troca de “sabores”, passados de gerações para gerações, transforma nossa alimentação em um excelente hábito de vida”, explica Carla.
O programa também adiciona ao comportamento de vida saudável a necessidade de se ter um olhar atento para a saúde mental dos jovens. Para isso, conta com a participação das psicólogas Silvia Cury Ismael e Suzana Pacheco Avezum. Nas palestras que conduziram aos monitores, elas abordaram o estresse e suas fases, oferecendo ferramentas que possam ser trabalhadas na rede escolar, junto aos estudantes e professores.
O “SBC vai à escola” está estruturado em formato intersetorial e interprofissional e contém quatro grandes pilares de ações: Dia da Formação de Monitores, Dia do Coração da Escola, Programa de Educação Cardiovascular Continuada e Ampliação das ações preventivas para a comunidade na totalidade.
Na atividade de educação em prevenção continuada, as escolas que aderem ao programa assumem o compromisso de trabalhar datas temáticas com os alunos, como o Dia Mundial Sem Tabaco, o Dia Mundial da Atividade Física e o Dia Mundial do Coração.
As próximas etapas do programa “SBC vai à escola”, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto de Roraima, serão as discussões remotas das oficinas que serão oferecidas para os alunos no Dia do Coração, em alusão ao Dia Mundial do Coração, comemorado em 29 de setembro.
“O pioneirismo do programa, que nasceu em 2007, na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo, dá-se pelo fato de abordar não somente um fator de risco para as doenças cardiovasculares, mas sete, e todos de importância inquestionável. Vamos além da prevenção, queremos promover a saúde, portanto os fatores protetores como atividade física regular, alimentação saudável e bem-estar são levados de forma didático-pedagógica para dentro do ambiente escolar. Somente conseguimos chegar até aqui com muito comprometimento e grandes parcerias, com a missão maior de promovermos ações em prol da saúde da nossa população jovem. Chegar, mesmo que online, em tempos de pandemia, até o extremo do norte do nosso país é um marco para a cardiologia preventiva brasileira. Já somos mais de 70 mil integrantes do ‘SBC vai à escola’”, comemora Carla.
“O ‘SBC vai à escola’ é um evento que eu vejo uma profundidade tão grande, porque a mortalidade cardiovascular ainda é a primeira causa no país e sabemos que tudo isso tem a ver não somente com a parte genética como comportamental dos indivíduos, principalmente nos primeiros anos de vida, na primeira década. Se nós temos condições de diminuir esse risco cardiovascular, identificando as crianças que potencialmente têm risco de desenvolver problema cardiovascular, devemos atuar para que nenhuma ameaça apareça, nem a morbidade mais adiante”, atesta o presidente da SBC, Celso Amodeo.