SBC lança Diretriz de Ergometria para Crianças e Adolescentes
03/09/2024, 16:20 • Atualizado em 03/09/2024, 16:20
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Já é possível acessar a nova Diretriz de Ergometria para Crianças e Adolescentes. Esta nova edição revisa a versão de 2010 e aborda de maneira abrangente as indicações, contraindicações, riscos, metodologias, respostas hemodinâmicas e eletrocardiográficas, além dos critérios diagnósticos específicos para a população pediátrica, considerando a faixa etária do paciente, sexo, composição corporal, níveis de aptidão física e estados de saúde CV e pulmonar basais.
Nos últimos 14 anos, foram publicados mundialmente mais de 95 mil trabalhos sobre o tema, dos quais pouco mais de 17 mil focaram na população pediátrica. Esta atualização reflete esses avanços, como destaca Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas, um dos coordenadores do documento: "A versão final terá 1.033 referências. Ela oferece uma descrição detalhada das principais cardiopatias, das suas indicações, dos seus achados pré e durante o teste ergométrico e da interpretação dos resultados obtidos."
O documento apresenta mais de 125 indicações formais para a realização de testes ergométricos, abrangendo desde cardiopatias congênitas até condições gerais relevantes em crianças, como asma por esforço-induzido, anemia falciforme e muitas outras. Freitas explica que o processo de seleção teve como objetivo buscar os melhores artigos e evidências que permitissem evoluir a prática da ergometria em crianças e adolescentes.
Além disso, ele explica que o documento quantifica resultados, tanto em risco prognóstico como na própria intervenção e condutas que podem ser decorrentes das informações obtidas durante o exame. Segundo ele, o trabalho é inovador por trazer todos os conceitos e definições das alterações hemodinâmicas, cardiovascular e eletrocardiográficas para a população pediátrica, cujos critérios são distintos em relação aos adultos.
Em relação à faixa etária para a realização dos exames, o coordenador salienta que os testes podem ser realizados a partir dos três anos, quando as crianças já estão familiarizadas com andar e correr. No caso de ergômetros como a bicicleta ergométrica, a idade mínima geralmente é de seis anos, devido à maior exigência de coordenação motora maior para conseguir manter o ritmo e a velocidade necessários.
Outro ponto relevante é a definição clara das contraindicações para os exames. Nas relativas, o exame pode ser realizado, mas com cuidados especiais devido à gravidade ou ao risco inerente da doença do paciente, havendo necessidade de realização em ambiente hospitalar, com protocolos diferenciados. “Já as contraindicações absolutas devem ser sempre respeitadas pelo médico solicitante e pelo executante. A Diretriz aborda 24 delas, desde situações clínicas gerais, como enfermidade aguda, febril ou grave, até condições específicas como embolia pulmonar, febre reumática ativa e arritmias não controlada”, esclarece o especialista.
Freitas sublinha a clareza e objetividade da Diretriz na estratificação de risco prognóstico e na melhoria dos tratamentos. O documento foi feito pensando na aplicação clínica direta dos médicos, tanto no teste ergométrico quanto no teste cardiopulmonar ou associado aos métodos de imagem.
O documento pode ser acessado na íntegra na Revista ABC.