SBC e InCor se unem para fortalecer a residência médica em cardiologia
09/03/2021, 11:32 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Encontro discutiu as novas fronteiras da especialidade e a matriz de competências para a residência em cardio-oncologia, além do apoio do InCor à campanha SOS Amazonas
O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga, visitou o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), na última quinta-feira (4/3). Junto ao presidente do Conselho Diretor do hospital, Roberto Kalil Filho, o encontro teve como pauta o fortalecimento da residência médica em cardiologia e a definição da matriz de competências de um novo curso, o da residência em cardio-oncologia. Essa nova área de especialização aprovada em dezembro passado, pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação (MEC), será cursada em um ano adicional ao Programa de Residência Médica em Cardiologia.
Queiroga falou sobre o compromisso da SBC de difundir o conhecimento científico por meio da educação médica continuada, da qualificação profissional e o quanto a formação médica é importante para a assistência à saúde da população.
“Cumprindo o compromisso que tínhamos desde a época que pleiteamos à Presidência da SBC, seguimos no propósito de ofertar qualidade à formação dos cardiologistas e à especialização, pois queremos ampliar o acesso ao conhecimento, que na cardio-oncologia ainda é restrito”, ressaltou Queiroga, lembrando que foi Kalil, autor sênior da I Diretriz Brasileira de Cardio-oncologia, quem o alertou sobre o impacto da terapia oncológica sobre o sistema cardiovascular. “Era um sonho que virou realidade, uma promessa que se concretiza, um marco no tratamento de pacientes em terapia oncológica que oferecem risco cardiovascular”, destacou.
Kalil, que também é coordenador da Comissão de Internacionalização Societária da SBC, explicou que nas últimas décadas houve um grande progresso no tratamento das neoplasias, decorrente do diagnóstico precoce e do aprimoramento das opções de terapia oncológica. Foi aí que se tornaram evidentes as consequências da cardiotoxicidade desse tratamento. Presume-se que o aumento da sobrevida associado ao envelhecimento da população e ao desenvolvimento de novos agentes quimioterápicos podem resultar em efeitos colaterais cardiotóxicos inesperados para o sistema cardiovascular. “A SBC, com o protagonismo que lhe é peculiar, conseguiu que a cardio-oncologia fosse incluída na áreas ofertadas na residência médica oficial reconhecida pelo MEC, o que vai ampliar as possibilidades de acesso ao treinamento, tão fundamental para formar profissionais qualificados no enfrentamento das doenças cardiovasculares e do câncer”, afirmou.
Evidenciando ainda a atuação da entidade mesmo em um ano tão difícil da pandemia de Covid-19, Kalil parabenizou a SBC pelo contínuo trabalho de fortalecimento da cardiologia no Brasil. “É com ciência, humanismo, atendimento ao público de qualidade, pesquisa e ensino que as sociedades médicas contribuem para diminuir a mortalidade das doenças cardíacas nesse país”, reforçou o Presidente do InCor.
Marcelo Queiroga ainda presenteou Roberto Kalil com o livro “No Coração dos Trópicos”, publicação que traz o registro fotográfico detalhado do mural que está sede da SBC, no Rio de Janeiro, que retrata os 100 anos da cardiologia no país.
Também estiveram na reunião Fernando Bacal, diretor do Núcleo de Transplante do InCor e diretor científico da SBC, e José Carlos Nicolau, diretor da Unidade de Coronariopatia Aguda do Instituto, a quem foi pedido apoio na divulgação da campanha SOS Amazonas. Essa é uma ação solidária para apoiar a assistência médica à população do estado, com vistas a orientar cardiopatas e facilitar o acesso deles aos cardiologistas, encurtando a distância entre o médico e o paciente. SOS Amazonas também visa a democratizar o acesso à saúde e auxiliar os portadores de comorbidades associadas às doenças cardiovasculares.