Ressonância magnética cardíaca em estresse com adenosina é segura em idosos com DAC
29/06/2022, 12:58 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Estudo será destaque na edição de julho da revista ABC Cardiol
A edição de julho dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol) estará disponível a partir do dia 7, trazendo, entre outros, estudo que buscou determinar o valor prognóstico da imagem de ressonância magnética cardíaca (RMC) de perfusão em estresse com adenosina (ECAM) em idosos com doença arterial coronariana (DAC) conhecida ou suspeita. O artigo destaca que o envelhecimento está associado a alterações difusas em todo o sistema cardiovascular e a prevalência e a gravidade da doença arterial coronariana aumentam progressivamente com a idade em homens e mulheres.
Os resultados demonstraram que a isquemia miocárdica utilizando a RMC de perfusão em estresse com adenosina foi um forte e independente preditor de eventos cardíacos graves e ECAM em idosos com DAC conhecida ou suspeita. A RMC em estresse com adenosina também foi viável e segura nessa população. A maioria das doenças cardiovasculares, incluindo a DAC, aumenta em prevalência e gravidade com a idade.
O diagnóstico, a estratificação de risco e o tratamento da DAC em pacientes idosos permanecem desafiadores. A DAC estável manifesta-se de forma diferente em idosos, sendo dispneia de esforço, fadiga e desconforto abdominal as apresentações mais comuns. O envelhecimento e as comorbidades limitam a capacidade de exercício; portanto, o teste de ECG em esteira e a ecocardiografia de esforço são impraticáveis nessa população. Imagens cardíacas de estresse farmacológico, tais como imagem de perfusão nuclear e RMC, são as modalidades preferidas; no entanto, dados recentes revelaram acurácia limitada da imagem de perfusão nuclear em comparação com a RMC.
Dados de grandes estudos multicêntricos sugeriram que a RMC demonstrou maior sensibilidade do que a imagem de perfusão nuclear para detecção de DAC em homens e mulheres. Diferente da imagem de perfusão nuclear, a RMC não expõe os pacientes à radiação ionizante e oferece precisão e segurança.
Várias limitações do presente estudo devem ser consideradas. Primeiramente, a metodologia do estudo foi retrospectiva e, portanto, alguns fatores de confusão não puderam ser totalmente eliminados. Em segundo lugar, o protocolo de estresse adquiriu apenas três cortes de eixo curto para detectar isquemia miocárdica e pode ter subestimado o defeito de perfusão em algumas áreas pequenas (em comparação com quatro ou cinco cortes de eixo curto). Em terceiro lugar, o presente estudo teve uma taxa de eventos relativamente baixa, enquanto algum grau de overfitting pode ter ocorrido nas análises multivariáveis. Por fim, o artigo não fornece informações sobre a adequação da terapia médica após a RMC em estresse que poderia afetar o prognóstico.
Leia o artigo na íntegra na revista ABC Cardiol, edição de julho/2022. Acesse: https://abccardiol.org/