Publicação registra os primeiros resultados da adoção do Programa Boas Práticas em Cardiologia
27/02/2023, 12:30 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Artigo destaca o trabalho realizado no Hospital das Clínicas da UFMG com o projeto idealizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia
Doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por quase um terço das mortes no Brasil, além de afetarem desproporcionalmente a parcela mais vulnerável da população. Tendo em vista esse contexto, a divulgação de dados e orientações confiáveis é indispensável para a superação das desigualdades.
O documento Estatísticas Cardiovasculares do Programa Boas Práticas em Cardiologia – Dados de um Hospital Público Terciário Brasileiro, publicado na última edição da ABC Cardiol, periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) traz um retrato do cuidado cardiovascular com pacientes no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
A publicação é pioneira ao registrar os resultados do Programa Boas Práticas em Cardiologia (BPC). O projeto, lançado em 2015 como uma iniciativa da SBC, envolve hospitais de referência em cardiologia de diversos estados do Brasil e seu principal objetivo é avaliar a qualidade do cuidado ao paciente com doença cardiovascular.
“É importante destacar a informação que grande parte dos pacientes dos hospitais públicos brasileiros, aqui representados pela HC-UFMG, são de baixa renda e não completamente alfabetizados, mas esses dois fatores não são impeditivos para a adoção de terapias baseadas em evidência determinadas pelas diretrizes da SBC”, comenta Luiz Guilherme Passaglia, cardiologista e principal autor do artigo.
Foram avaliados mais de mil pacientes, admitidos entre maio de 2016 e setembro de 2019 com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) ou Insuficiência Cardíaca (IC). A análise possibilitou uma caracterização completa dos dados da internação desses pacientes.
Luiz Guilherme destaca que o Hospital das Clínicas da UFMG é um hospital universitário e que possui o cuidado cardiovascular já estruturado em linhas de cuidado: “A assistência ao paciente associada à pesquisa e ao ensino, além da adoção de protocolos institucionais e adesão a Programas de Qualidade são marcos da cardiologia nessa instituição, o que facilitou o alcance das metas estipuladas pelo Programa BPC”, diz.
Ele ainda destaca que a caracterização de dados representativos e confiáveis da DCV no Brasil é um passo essencial para o planejamento das políticas de saúde. É preciso registrar e publicar mais.
“Além disso, o entendimento de que a adesão a programas de qualidade assistencial, como o próprio Programa BPC, e a mensuração de indicadores de qualidade, são processos indispensáveis para que haja melhoria do cuidado dos pacientes com doenças cardiovasculares", destaca o autor.
O BPC é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e conta com o apoio do Ministério da Saúde (Proadi-SUS) e American Heart Association (AHA), além de ser coordenado pelo Hospital do Coração (HCor) de São Paulo. O artigo sobre a metodologia de implementação do Programa está disponível por meio deste link.