Pesquisa oferece solução simplificada para prever a mortalidade na insuficiência cardíaca
13/05/2024, 14:50 • Atualizado em 13/05/2024, 14:50
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Um estudo publicado na ABC Cardiol sugere o uso da escala ACEF-MDRD em pacientes com insuficiência cardíaca
A pesquisa aponta que a aplicação da escala ACEF-MDRD (Idade, Creatinina e Fração de Ejeção – Modificação da Dieta no Escore de Doença Renal) pode ser um preditor simples e universal de mortalidade em um período de um ano em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC).
O artigo “Utilidade da Idade, Creatinina e Fração de Ejeção – Modificação da Dieta no Escore de Doença Renal para Prever a Sobrevivência em Pacientes com Insuficiência Cardíaca” realiza uma validação externa do ACEF-MDRD, já amplamente utilizado como parâmetro de risco na síndrome coronariana aguda.
“A maioria dos modelos preditores de mortalidade na IC disponíveis é difícil de usar em uma clínica movimentada. Por exemplo, a pontuação MAGGIC, mencionada no estudo, inclui 13 variáveis diferentes”, observa Rengin Çetin Güvenç, autora do artigo.
O escore ACEF-MDRD baseia-se em três variáveis: fração de ejeção, idade e função renal. Segundo a análise, ele fornece tanta precisão quanto outros modelos e pode ser usado de forma rápida e confiável.
“Dado que os pacientes com pontuações de risco elevadas têm uma taxa de mortalidade mais alta, os médicos serão capazes de acompanhá-los mais de perto e tentar eliminar ou prevenir condições que possam afetar os fatores de risco numa fase mais precoce”, afirma.
Os resultados destacam a importância de um preditor de risco simplificado, visto que a quantidade de pessoas com insuficiência cardíaca tem aumentado. Atualmente, estima-se que pelo menos 23 milhões de pessoas vivem com a condição ao redor do mundo.
O estudo utilizou uma amostra nacional significativa de pacientes com IC de vários centros, independentemente da apresentação e do fenótipo. Apesar disso, o autor defende que outros estudos de validação sejam realizados para compreender se a utilidade da escala se estende a outras etnias em diferentes países.
“Deve-se enfatizar que o ACEF-MDRD não é o único parâmetro capaz de predizer o prognóstico, e que outros fatores ainda devem ser considerados em conjunto com o escore ao fazer uma avaliação prognóstica”, diz ela.
Algumas das variáveis consideradas no artigo incluem marcadores clínicos de acumulação de líquidos, parâmetros laboratoriais como concentração de hemoglobina e a classe funcional da NYHA do paciente.