Publicação é uma parceria entre a Revista Portuguesa de Cardiologia e os Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol)

Tradicionalmente, a Revista Portuguesa de Cardiologia e os Arquivos Brasileiros de Cardiologia publicam um artigo especial, com a seleção de alguns dos melhores trabalhos originais realizados no ano anterior. A edição deste ano acaba de ser divulgada. Trata-se da publicação Os Melhores Artigos de 2022, presente na Revista Portuguesa de Cardiologia e nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol).

A seleção é de extrema importância para a comunidade acadêmica e até mesmo para profissionais da área de cardiologia que não possuem tanto contato com publicações científicas.

“A língua portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo, e toda a ciência produzida na língua portuguesa influencia todos os seus usuários, especialmente em relação à doença cardiovascular, que tem a maior mortalidade proporcional no mundo.. Desses países de língua portuguesa, só dois países têm revistas, que são Brasil e Portugal”, conta Gláucia Maria Moraes de Oliveira, editora associada da revista ABC Cardiol e professora de Cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O objetivo da parceria é difundir a ciência cardiovascular pela língua portuguesa, para todos os povos que falam o português como sua língua oficial Em toda a África, por exemplo, não existe uma publicação profícua sobre doença cardiovascular.

“Um artigo sobre os fatores de risco e a mortalidade cardiovascular nos países de língua portuguesa foi um dos mais citados do ABC Cardiol nos últimos anos, justamente por essa carência de publicações em português”, comenta Glaucia.

Com a facilidade de acesso ao portal, que é livre e sem a necessidade de pagamento ou assinatura, os estudos podem beneficiar usuários tanto em Portugal quanto em países da África de língua portuguesa e até o Timor-Leste.

Mas a pesquisadora identifica uma outra questão, presente ainda na etapa de desenvolvimento das pesquisas: “a pesquisa científica em cardiologia tem se desenvolvido com os grandes trials, porém nós não conseguimos atingir o usuário”.

Ela explica que a ciência da implementação e da adesão é de extrema importância. “Nós não conseguimos diminuir a mortalidade cardiovascular ou a morbidade se nós não fizermos com que usuários, que estão na atenção primária, consigam receber essa informação trazida pelas pesquisas científicas”, detalha.

Uma nova temática que marca presença nos estudos selecionados, e chega para se unir aos artigos ainda presentes sobre a COVID-19, é a inteligência artificial.

“Tivemos novas abordagens para a estimulação elétrica do coração e novos índices fisiológicos para avaliação do fluxo coronariano, que nos ajudam a quantificar a doença isquêmica do coração”, comenta Glaucia.

A publicação é mais um resultado da parceria que permite diminuir a prevalência, melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença cardiovascular nos países que falam a língua portuguesa.