Nova diretriz sobre o uso de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis acaba de ser publicada
02/02/2023, 20:57 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Último documento com orientações da área datava de 2007
Como todo desenvolvimento tecnológico, os avanços na área de arritmias cardíacas estão cada vez mais acelerados. Quando falamos de arritmias tratadas com dispositivos implantáveis, esse processo se intensifica.
A criação de um novo documento com diretrizes sobre o uso de dispositivos cardíacos implantáveis era necessária - e pauta urgente na Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) há alguns anos.
A instituição se juntou à Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) para reunir um apanhado geral de conhecimento científico relacionado à área. O resultado é a Diretriz Brasileira de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis – 2023, publicada na última edição da ABC Cardiol, periódico nacional da SBC.
O primeiro destaque do documento é a estimulação fisiológica, um conceito antigo mas de aplicação muito recente. “É uma modalidade em que se promove a estimulação direta do sistema excito-condutor cardíaco”, explica Ricardo Alkmim, principal autor da publicação.
De maneira geral, o documento aborda o campo dos mecanismos da dose, conceito, fisiopatologia, métodos e critérios de diagnóstico de uma gama enorme de doenças e de arritmias que podem estar associadas. Tudo isso gera uma orientação baseada em evidências de quais seriam os tratamentos recomendados para cada tipo de paciente.
“Nem todos os pacientes estarão enquadrados nas diretrizes. Às vezes estamos atendendo um paciente cujo perfil não se encaixa com perfeição na tabela e lista de indicações, mas ainda assim é um norte.”, explica Ricardo.
“Outro ponto de destaque são algumas alterações nas indicações de prevenção de morte súbita com a utilização dos cardioversores desfibriladores implantáveis, especialmente na cardiopatia não isquêmica e em algumas doenças genéticas”, o autor destaca.
O terceiro destaque do documento está na parte sobre doenças genéticas. Foi realizada uma atualização nas indicações de monitores implantáveis e um apanhado geral sobre terapia de ressincronização cardíaca.
“O principal desafio foi pescar aquelas arritmias que são tratadas com dispositivos implantáveis sem quebrar o elo que essa modalidade de tratamento pode ter com as ablações e com a arritmia clínica”, diz Ricardo.
A orientação geral para a atualização entre uma diretriz e outra é de cinco anos, período considerado possível de acompanhar a evolução relacionada a todo tipo de materiais, equipamentos e dispositivos usados no tratamento. O último documento datava de 2007.