Nova Diretriz de Hipertensão: SBC, SBN e SBH trabalham juntas na atualização do documento
14/02/2025, 17:30 • Atualizado em 14/02/2025, 13:51
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A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), está em fase avançada de elaboração da nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Sob coordenação da cardiologista Andréa Araujo Brandão, o documento trará atualizações importantes para auxiliar médicos no diagnóstico e manejo da hipertensão, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Novidades são esperadas na classificação da pressão arterial, na estratificação de risco, nas metas de pressão recomendadas e no tratamento do paciente com hipertensão arterial.
Com um formato mais enxuto e didático, a diretriz será composta por 14 capítulos, cada um elaborado por um grupo de especialistas. Além de consolidar as melhores práticas baseadas em evidências científicas, o documento reforça a importância de recomendações aplicáveis à realidade do sistema público de saúde, que considerem o contexto orçamentário e operacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
Um dos diferenciais desta edição é a valorização das melhores práticas clínicas no ambiente da saúde pública. “Sabemos que 70 a 80% da população brasileira é tratada no SUS e utiliza a farmácia popular. Precisamos ter esse olhar para o profissional da atenção primária à saúde, para que ele possa contar com as melhores recomendações e práticas com o que o sistema oferece”, afirma Andréa Brandão.
A diretriz também aprofundará as orientações para diferentes perfis de pacientes, como crianças e adolescentes, idosos e mulheres. “Pela primeira vez teremos um capítulo dedicado às peculiaridades da abordagem da pressão arterial ao longo das diferentes fases da vida da mulher”, ressalta Andréa Brandão. O documento também abordará o manejo da hipertensão arterial em pessoas com comorbidades como doença coronariana, diabetes, obesidade, doença renal crônica e no pós-AVC. “A hipertensão raramente ocorre de forma isolada. Frequentemente, ela está associada a outras condições clínicas. O tratamento deve ser abrangente, considerando todos os aspectos da saúde do paciente”, destaca a coordenadora.
Além disso, a diretriz adota um modelo híbrido de construção, já que parte das suas recomendações estarão baseadas nos resultados de revisões sistemáticas e metanálises a partir de uma pergunta PICO e as recomendações serão classificadas pelo sistema GRADE. O objetivo é garantir que as recomendações sejam fundamentadas nas melhores evidências científicas disponíveis.
A nova Diretriz de Hipertensão será um marco na atualização do conhecimento médico sobre o tema, promovendo um conteúdo acessível, objetivo e relevante para cardiologistas, nefrologistas, clínicos, especialistas e demais profissionais de saúde que assistem pessoas com hipertensão. A SBC, a SBN e a SBH seguem trabalhando ativamente para entregar um material de excelência à comunidade médica ainda em 2025.