Livro registra memória da cardiologia brasileira
Livro registra memória da cardiologia brasileira

20/08/2021, 09:32 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Prova impressa da obra “Bases históricas da Cardiologia e desenvolvimento no Brasil” foi entregue pelo coordenador, Carlos Antônio Mascia Gottschall, ao presidente da SBC, Celso Amodeo. Expectativa é que a publicação entre em produção gráfica no mês de setembro

No último dia 18 de agosto, na sede da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em São Paulo, o professor e cardiologista, Carlos Antônio Mascia Gottschall, entregou ao presidente da entidade, Celso Amodeo, o “boneco” – que é uma prova impressa, simulando, de forma aproximada, como deve ficar em seu formato final —, do livro “Bases históricas da Cardiologia e desenvolvimento no Brasil”, que narra, detalhadamente, os 100 anos dessa especialidade no país.

A publicação faz parte do projeto “Memória da Cardiologia Brasileira” e teve apoio de uma equipe de historiadores no trabalho de pesquisa e escrita, além de uma comissão composta por médicos membros da SBC, sob a coordenação de Gottschall.

O livro foi um pedido do ex-presidente da SBC e atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que assinará o prefácio. Amodeo, será o responsável pelo posfácio da obra, que começou a ser desenvolvida no ano passado.

“O objetivo foi criar um relato de todo o percurso que a cardiologia teve durante este século, desde os inícios mais nebulosos e menos conhecidos e todos os avanços importantes que levaram a criação da especialidade que hoje temos. Isso foi trabalho de séculos que passaram por todos os estágios mais importantes do se desenvolvimento”, falou Gottschall durante a entrega do “boneco”.

A obra foi dividida em duas partes. Na primeira, conta as origens da cardiologia, a visão antiga da ciência, os primeiros ideais gregos sobre vasos, coração e circulação. Destaca a descoberta da circulação pulmonar e o surgimento do médico e cientista inglês William Harvey, considerado o pai da cardiologia e responsável pela descoberta da circulação do sangue, a base de tudo e, para muitos, a maior descoberta médica do milênio passado, “porque enterrou concepções míticas e pela primeira vez foi aplicado o método cientifico na medicina”, ressalta Gottschall.

Em seguida, abordam-se as primeiras medidas do coração, as primeiras drogas para tratamento, o estetoscópio, a universidade alemã criando registros de fenômenos fisiológicos, o surgimento do eletrocardiograma e as peculiaridades íntimas da estrutura do miocárdio.

Descrevem-se os primeiros praticantes da especialidade no Brasil, ainda no século XIX, que mesmo com ações rudimentares começaram a “desbravar esse terreno”. São citados, entre tantos mestres, Jairo de Almeida Ramos, Dante Pazzanese, Nelson Botelho Reis, Luiz Décourt, Rubens Maciel, e Carvalho de Azevedo.

“É claro que a fundação da SBC, em 14 de agosto de 1943, não deixaria de ser mencionada, chegando até os fantásticos métodos de diagnóstico e terapêutica que temos atualmente”, completa Gottschall.

A segunda parte do livro registra o desenvolvimento da cardiologia no Brasil, como a Escola de Manguinhos e Doença de Chagas, aborda relações internacionais, o perfil dos presidentes da SBC, a atuação dos departamentos e sociedades estaduais, a história das mulheres na especialidade, inovações, fármacos, epicentros credenciados de ensino, centros de pós-graduação ligados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Ministério da Educação e funcionam como desenvolvedores do ensino e da pesquisa mais diferenciada na área cardiológica, bem como o papel histórico das universidades brasileiras.

“Até chegarmos, finalmente no avanço da cardiologia brasileira nos últimos 30 anos. Temos depoimentos de médicos cardiologistas sobre perspectivas nas áreas clínicas, cirurgia e intervencionismo, e uma discussão sobre a pandemia de Covid-19 e o papel da SBC contribuindo para que esse problema seja atenuado”, antecipa o coordenador, que disse também que o livro deve entrar em produção gráfica no mês de setembro.

“A SBC tem entre seus objetivos a preservação da memória da cardiologia brasileira, defendendo os valores históricos da especialidade. Desde a sua primeira diretoria, vem trabalhando fortemente para diminuir as mortes por doenças cardiovasculares por meio da difusão do conhecimento cientifico qualificado e da integração nacional, fazendo com que os cardiologistas da entidade sejam igualmente reconhecidos em qualquer região do país”, finaliza Amodeo.

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