Insuficiência cardíaca causada pelo uso de anabolizantes: como diagnosticar e abordar com o paciente?
Insuficiência cardíaca causada pelo uso de anabolizantes: como diagnosticar e abordar com o paciente?

31/07/2024, 14:23 • Atualizado em 31/07/2024, 14:23

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A musculação é uma das atividades físicas mais praticadas no Brasil. Porém, muitas pessoas não se contentam com os resultados obtidos apenas com o treinamento e recorrem a esteroides anabolizantes, o que pode ser um risco. De acordo com a Dra. Renata Castro, representante do Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é preciso identificar a diferença entre uso e abuso: “Infelizmente, o que mais vemos atualmente são as pessoas vendendo abuso como se fosse reposição. A Terapia de reposição com testosterona (TRT) é indicada para pacientes que possuem hipogonadismo - doença em que o homem não produz a quantidade de hormônio adequada e possui sintomas relacionado, como cansaço, baixa libido, alteração de pelos etc...”

A reposição não isenta o paciente, pois, como qualquer outro medicamento, possui contraindicações. “Estamos falando de pesar riscos versus benefícios. A nossa recomendação segura é fazer uso de testosterona apenas se houver um diagnóstico preciso e que indique esse tratamento. Nesse caso, as doses são mais baixas e extremamente necessárias,” esclarece a doutora.

Cada vez mais pacientes que fazem uso desse tipo de substância estão procurando ajuda. Mas como o cardiologista deve abordar esse assunto com ele? A médica explica que precisa ser feito com muito cuidado. “A questão do estigma é muito importante. Eu recebo muitos pacientes no consultório que demoraram a procurar ajuda porque tinham vergonha, ou já passaram por outros médicos que disseram que não atendiam bombados ou usuários de drogas, por exemplo. Mas essas pessoas precisam ser acolhidas e bem-informadas. A redução dos hormônios é um momento muito difícil, pois estamos falando de um tratamento de vício, na maioria das vezes.”

A Dra. Renata explica como identificar se a pessoa precisa de tratamento. "Os exames convencionais demoram muito para conseguir mostrar alterações. Meu grupo de pesquisa tem feito alguns estudos que mostraram que o ecocardiograma não ajuda muito, exceto em casos bem avançados. Estamos usando o Strain e o trabalho miocárdico, técnicas muito avançadas na ecocardiografia, e o ergoespirometria, teste de esforço com análise de gases, para diagnosticar esses pacientes precocemente e começar a tratá-los, pois a insuficiência cardíaca é uma doença muito grave,” finalizou.

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