I Fórum Coração em Foco é destaque em Brasília, na Câmara dos Deputados
I Fórum Coração em Foco é destaque em Brasília, na Câmara dos Deputados

27/08/2023, 10:20 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Evento inédito faz parte das iniciativas especiais em celebração

aos 80 anos da SBC

Aconteceu, no dia 17 de agosto, em Brasília, o I Fórum “Coração em Foco”, realizado pela SBC em parceria com a Câmara dos Deputados. O evento, que faz parte das iniciativas que celebraram os 80 anos da SBC, é inédito em na história da sociedade e foi realizado no Anexo II da Câmara, no auditório Nereu Ramos.

Com abertura do Deputado Weliton Prado, da frente parlamentar mista da saúde, o I Fórum “Coração em Foco” teve como objetivo mapear os principais desafios em políticas de saúde pública para reduzir a mortalidade por doenças cardiovasculares.

O evento foi conduzido pela jornalista especialista em saúde e colunista do UOL, Lucia Helena de Oliveira. Antes do início do Fórum, que contou com cinco mesas de discussão, a presidente do Conselho Administrativo, Andréa Araujo Brandão, pronunciou um discurso em nome da SBC. Ela esteve acompanhada de Sérgio Montenegro, também Conselheiro e coordenador da área de Relações Governamentais da sociedade.

Andréa Araujo Brandão iniciou sua fala traçando um panorama sobre as doenças cardiovasculares no país. A presidente do Conselho Administrativo da SBC destacou os avanços nos tratamentos das cardiopatias e na redução da mortalidade, porém, não deixou de mencionar as maiores taxas nas idades mais avançadas, em um contexto de envelhecimento da população.

Além disso, os custos hospitalares provocados pelas Doenças Cardiovasculares, em especial pela Insuficiência Cardíaca e nos casos de AVC, foram destacados por Andréa Araujo Brandão como um fator que justifica uma política pública específica. Ainda neste contexto de impactos econômicos, a presidente do Conselho Administrativo da SBC apresentou dados relevantes sobre incapacitação de pacientes em fase economicamente ativa.

Os fatores de risco também foram levantados, bem como a prevenção, em especial a prevenção primária. A redução de indicadores como prevalência, incidência e mortalidade dependem da mobilização de toda sociedade.

Mesa I

Como otimizar a participação da comunidade? Será que podemos reduzir a mortalidade por doenças cardiovasculares com o envolvimento da sociedade?

O tema “fatores de risco” seguiu no radar do I Fórum Coração em Foco na primeira mesa do evento que contou com a presença de Antônio Ribas, Healthcare Consultant na Organização Americana de Saúde (OPAS) no Brasil. Integraram a mesa, ainda, Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida e o cardiologista Gerson Bredt, membro do Conselho Administrativo da SBC.

A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, iniciou sua fala parabenizando a iniciativa da SBC em realizar este evento e promover espaço para participação da sociedade civil. Ela ainda fez uma homenagem à gestão de Andréa Araujo Brandão e do atual Conselho Administrativo por iniciativas como essa.

Marlene Oliveira destacou em sua fala a atuação do Instituto Lado a Lado não apenas no câncer, mas também na cardiologia. O Instituto passou a integrar o conjunto de entidades vinculadas à sociedade civil focadas em ações de Advocacy, no World Heart Federation.

Em sua conclusão, Marlene Oliveira propõe o compromisso entre o Poder Público e Sociedade Civil de se criar métricas para redução da mortalidade.

Já Gerson Bredt, Conselheiro da SBC, concluiu os trabalhos desta mesa apontando a necessidade de se implementar políticas públicas voltadas para infância, tendo em vista que a doença aterosclerótica se inicia desde muito cedo.

Mesa II

O papel do legislativo na formulação de políticas públicas de prevenção e cuidado com as doenças cardiovasculares

Na sequência, o I Fórum “Coração em Foco” trouxe uma nova mesa composta pelos Deputados Weliton Prado, Paulo Fernando Melo da Costa e Osmar Terra. Os trabalhos, conduzidos pelo Conselheiro Sérgio Montenegro, tiveram como objetivo debater como o Legislativo pode contribuir com a criação de políticas públicas voltadas para a saúde cardiovascular.

O Deputado Weliton Prado, em sua fala, mencionou a dificuldade da assistência cardiovascular em todas as suas etapas, especialmente para aqueles pacientes críticos que necessitam de atenção secundária, que demanda investimentos na implementação, mas pode reduzir custos a médio e longo prazo. Prado deixou explícito seu interesse em avançar nas discussões com a SBC e outras entidades médicas e da sociedade civil para se estruturar uma proposta em políticas públicas.

O Deputado Osmar Terra, por sua vez, relembrou experiências anteriores em sua gestão como Secretário de Saúde no Rio Grande do Sul, ocasião em que teve a oportunidade de ampliar o contingente das equipes dedicadas ao Programa de Saúde de Família no estado. Para o Deputado, garantir atenção básica de saúde com especialização em cardiologia com objetivo de prevenir o surgimento e agravamento das doenças.

Mesa III

Desafios da prevenção, desde a infância até a atenção terciária

Para falar sobre os desafios da prevenção, desde à infância até a atenção terciária, o médico e membro do Conselho Administrativo da SBC, João Fernando Monteiro Ferreira, conduziu de forma remota uma apresentação bastante detalhada com indicadores de mortalidade por faixa etária e a origem da doença aterosclerótica na infância.

Após a apresentação de João Fernando Monteiro Ferreira, a Consultora Nacional de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Larissa Veríssimo, destacou o programa Hearts In Americas, no qual o Brasil foi signatário para redução dos fatores de risco na infância.

Prevenir o aumento das doenças crônicas transmissíveis passa pela educação e na construção de hábitos saudáveis, afirmou a nutricionista e gestora de Projetos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Giorgia Russo. Para reverter a condição de um ambiente obesogênico nas escolas públicas e privadas, o IDEC tem avançado nessa agenda junto ao Poder Público e Sociedade Civil. Giorgia Russo parabenizou o programa SBC vai à Escola, do qual faz parte.

Em seguida, o Coordenador Geral de Saúde da Família e Comunidade do Ministério da Saúde, José Eudes Barroso Vieira, destacou o aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares entre crianças e adolescentes. Vieira destacou um balanço do Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. O plano apresenta até 2030 sete grandes eixos com metas e objetivos para: redução do consumo de bebidas alcoólicas, redução do tabagismo, controle da obesidade, adoção de hábitos alimentares saudáveis, entre outros aspectos de grande impacto nos fatores de risco.

A preocupação com propagandas de bebidas alcoólicas e de alimentos ricos em açúcares e gorduras foi destaque no I Fórum “Coração em Foco “. O tema foi levantado por Giorgia Russo, do IDEC, e José Eudes Barroso Vieira, do Ministério da Saúde.

Mesa IV

Os desafios e ações do SUS para proporcionar o acesso dos pacientes cardiovasculares à atenção de alta complexidade

Trazendo para o debate a questão do financiamento da saúde neste I Fórum “Coração em Foco”, Cristiane Pantaleão, Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS, destacou a necessidade de ampliar os investimentos na atenção básica, responsabilidade dos municípios, por meio de um maior orçamento no Ministério da Saúde.

Pantaleão também promoveu uma reflexão sobre a maneira como os recursos atuais estão sendo geridos e de como o Brasil pode promover uma distribuição dos recursos de forma mais justa do ponto de vista regional.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Rio Grande do Norte, Antônio Amorim, apresentou diversos modelos de como a SBC e suas Sociedades Estaduais podem contribuir para qualificação dos profissionais de saúde na atenção primária, assim como ter maior participação de cardiologistas no atendimento de ponta.

Rodrigo Cariri Chalegre de Almeida, Coordenador Geral de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde, também participou do I Fórum “Coração em Foco” e anunciou as ações da pasta como a recriação do programa “Mais Médicos” e o fortalecimento do “Farmácia Popular”. Além disso, também afirmou que há um movimento de retomada na incorporação de diversos novos tratamentos de alta complexidade para as doenças cardiovasculares.

A cardiologista Edna Maria Marques de Oliveira, Diretora de Qualidade Assistencial da SBC do Distrito Federal, falou sobre a importância da gestão e da tecnologia no diagnóstico, no encaminhamento adequado, monitoramento de pacientes, além de uma maior interação entre profissionais da atenção básica e especializada.

Mesa V

Sistema Privado e Verticalização do Atendimento

O Diretor de Relações Governamentais da Associação Nacional de Hospitais Privados, ANAHP, Marco Aurélio Ferreira, abordou em sua fala no I Fórum “Coração em Foco”, a importância de se ter hospitais com tecnologia de ponta, gestão eficiente e bons profissionais para garantir uma Assistência Cardiovascular de qualidade.

O 2° Tesoureiro da Associação Médica Brasileira (AMB), Fernando Sabia Tallo, defendeu a sustentabilidade da saúde privada para garantir não apenas a manutenção da qualidade assistencial existente, mas possibilidades de ampliação. Tallo alega que a alta na sinistralidade dos planos de saúde ameaça a viabilidade destes negócios e, o fim da saúde suplementar pode representar ainda maior sobrecarga do SUS.

No encerramento da última mesa, que discutiu a saúde privada, o Conselheiro Federal pelo estado da Bahia, pelo CFM, Júlio César Vieira Braga, apontou os problemas da verticalização mal gerida e sobre a falta de opção dos usuários em utilizar prestadores que não façam parte da rede credenciada.

Encerramento

O I Fórum “Coração em Foco” encerrou suas atividades com a sensação de dever cumprido em relação às pautas abordadas. A SBC agradece a todos que acompanharam estas discussões e convoca seus sócios para refletirmos juntos sobre agenda tão importante que é a melhoria da saúde cardiovascular dos brasileiros.

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