Estudo recente investiga a relação entre índice fitoquímicos e fatores de risco para doença cardiovascular

Um recente estudo acaba de ser publicado e traça uma relação entre o índice fitoquímico e fatores de risco para doença cardiovascular em adultos. Ainda são poucas as publicações que investigam essa associação, portanto, os resultados ampliam a discussão do campo.

Trata-se do artigo Association between the Phytochemical Index and Risk Factors for Cardiovascular Disease in Adults, publicado na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), publicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Mais de 5.000 fitoquímicos já foram identificados no mundo, e nos últimos anos os estudos para comprovação de sua importância e eficácia estão surgindo.

“Os fitoquímicos são elementos químicos que apresentam atividade biológica e benefícios à saúde”, diz Vanessa Zanoni, nutricionista, mestra em Ciências da Saúde e autora do artigo.

A pesquisa foi aplicada na Clínica Escola de Nutrição do Centro Universitário CEUNSP. Os pacientes atendidos pelo local foram convidados a fazer parte da mesma. Ao total, dados de 141 adultos, com idades entre 20 e 59 anos, foram reunidos.

“Foram escolhidos para a análise os fatores de risco relacionados à saúde cardiovascular e que estariam disponíveis para coleta no local de pesquisa, uma clínica escola de nutrição como: índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), perfil lipídico e glicemia de jejum”, detalha Vanessa.

Para a análise estatística, ela explica, foi utilizada a regressão múltipla, em que ocorre um ajuste de um modelo preditivo aos dados, para que esse modelo possa prever valores da variável dependente a partir de duas ou mais variáveis independentes. Na imagem abaixo estão descritas as variáveis incluídas.

No modelo 1, por exemplo, o peso foi incluído como variável dependente e o índice fitoquímico da dieta, a energia total (kcal/dia), o sexo, a idade e a atividade física foram incluídos como variáveis independentes.

“O objetivo foi de investigar a associação do índice fitoquímico da dieta com peso após ajuste para potenciais variáveis de confusão, incluindo energia total (kcal/dia), sexo, idade e atividade física”, explica Vanessa.

Ao analisar os dados do grupo, os resultados demonstraram que o alto consumo de fitoquímicos pode estar associado a uma melhor saúde cardiovascular.

“Nossos resultados mostraram que uma maior ingestão dietética de fitoquímicos, expressa como IF dietético, foi inversamente associado com o IMC e positivamente associado com o HDL-colesterol”, diz Vanessa.