Estudo sobre o possível papel da tromboprofilaxia em pacientes ambulatoriais com COVID-19 tem início
11/04/2023, 17:57 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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A partir de um ensaio randomizado, um grupo que estuda os benefícios de fármacos na infecção por SARS-CoV-2 agora avalia o uso da rivaroxabana
Algumas consequências da infecção por SARS-CoV-2 têm sido divulgadas em publicações científicas nos últimos anos. Estudos mostram alto risco de eventos tromboembólicos arteriais e venosos em células endoteliais em pacientes acometidos pela COVID-19.
Já foram feitos ensaios controlados randomizados de terapias antitrombóticas em pessoas internadas, no entanto, apesar dos relatos de eventos trombóticos ambulatoriais, foram publicados poucos estudos sobre a sua frequência e
o possível papel da tromboprofilaxia.
A partir disso, o artigo Rivaroxabana em Pacientes Ambulatoriais com COVID-19 Leve ou Moderada: Fundamentação e Desenho da Avaliação de Antitrombótico (Rivaroxabana) para COVID (CARE – Coalition COVID-19 Brasil VIII) Ensaio Randomizado, publicado na ABC Cardiol, periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), foi desenvolvido.
O artigo divulga o fundamento de um estudo que vai avaliar se a rivaroxabana, que possui eficácia comprovada para a tromboprofilaxia, reduz os desfechos compostos de eventos do tromboembolismo venoso, necessidade de ventilação mecânica invasiva e eventos cardiovasculares adversos maiores. Os últimos, definidos por infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou isquemia aguda de membro.
Além disso, também avaliará desfechos de morte dentro ou fora do hospital no prazo de 30 dias após a randomização de pacientes ambulatoriais com COVID-19, sem indicação clara de hospitalização após assistência médica inicial.
O estudo se trata de um ensaio randomizado, aberto, multicêntrico e controlado por rivaroxabana 10 mg uma vez por dia durante 14 dias ou tratamento local padrão isolado, para a prevenção de resultados adversos.
Os critérios de inclusão dos pacientes são adultos com infecção confirmada ou suspeita do SARS-CoV-2, com sintomas leves ou moderados, sem indicação de hospitalização, no prazo de sete dias após o início dos sintomas e um fator de risco de complicação da COVID-19.
Os fatores de risco possíveis delimitados foram idade superior a 65 anos, hipertensão, diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (ou outras doenças pulmonares crônicas), tabagismo, imunossupressão ou obesidade.
A partir dos dados, a análise fornecerá informação relevante e contemporânea sobre o possível papel da tromboprofilaxia em pacientes ambulatoriais com COVID-19.
O estudo está sendo realizado com o apoio financeiro da COALIZÃO COVID-19 Brasil e Bayer S.A, uma iniciativa de investigação colaborativa multicêntrica de pesquisadores brasileiros com o objetivo de avaliar os benefícios de diferentes fármacos para diferentes níveis de gravidade da Covid-19.
Outras análises feitas a partir do grupo já foram publicadas e avaliaram efeitos de tratamentos como azitromicina, hidroxicloroquina, dexametasona, tocilizumabe e rivaroxabana em pacientes moderados a graves.