Estudo sobre consumo de carboidratos com doença cardiovascular e mortalidade será apresentado no CBC
02/11/2017, 11:21 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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Pesquisadores desaconselham dietas radicais que excluam alimentos ou grupo de alimentos.
O estudo PURE publicou, recentemente no periódico The Lancet, os resultados do acompanhamento de mais de 130 mil indivíduos em relação à associação entre o consumo de carboidratos e gorduras e doença cardiovascular e mortalidade. Os resultados, que serão debatidos no 72º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo, mostram que dietas com alto teor de carboidratos estão associadas diretamente com mortalidade de uma forma geral e mortalidade específica por causas não cardiovasculares. Já a ingestão de gorduras e ácidos graxos saturados está associada ao menor risco de, mortalidade por doenças não cardiovasculares e acidente vascular cerebral, considerando a ingestão de ácidos graxos saturados até 13% do total calórico da dieta,
Os resultados do estudo confirmaram que o consumo excessivo de carboidratos, como o arroz comum e pão branco, está associado ao aumento da mortalidade ao mesmo tempo em que nenhum benefício à saúde humana é obtido com dietas pobres em carboidratos, como por exemplo, dietas “lowcarb”. “Isso indica que dietas cardioprotetoras devem conter alimentos fonte de carboidratos em proporções adequadas priorizando fontes integrais” afirma Daniel Magnoni, coordenador do Núcleo de Nutrição da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O especialista explica que, no caso de programas de alimentação com objetivo de prevenir doenças cardiovasculares, recomenda-se balanceamento global de macro nutrientes. Ele completa que é precisorespeitar as necessidades energéticas individuais, por meio da oferta moderada de carboidratos e gorduras, com restrição menos rigorosa, para a população em geral, de ácidos graxos saturados em relação às pessoas com taxas mais elevadas de colesterol e doença cardiovascular.
“Dessa forma, desaconselhamos o seguimento de dietas radicais de qualquer natureza, que exclua alimentos ou grupo de alimentos. Ressaltamos que a inclusão de alimentos que isoladamente possam ser recomendados com a finalidade de prevenção ou tratamento de doenças, não possui respaldo científico quando focamos em orientações com estilo de vida e alimentação equilibrada. A comida deve ser vista como uma integração de todos os grupos nutricionais adaptados às necessidades individuais”, conclui Magnoni.
Os carboidratos são a principal fonte de energia para as pessoas e estão amplamente distribuídos nos alimentos de origem vegetal como tubérculos, leguminosas, cereais e frutas, bem como no leite, na forma de lactose. Os carboidratos também são consumidos como açúcares simples (exemplo: sacarose e xarope de milho) por meio dos refrigerantes, sucos de frutas adoçados e/ou concentrados e em demais alimentos processados pela indústria. Além disso, são amplamente utilizados em alimentos preparados nas residências utilizando açúcar refinado em receitas como bolos, biscoitos, sobremesas, sucos, pães doces, entre outros. “Há muitos anos é reconhecido que o consumo de carboidratos está associado à elevação da inflamação de baixo grau, aumento do peso, elevação plasmática de triglicérides, aumento da pressão arterial que são sabidamente condições associadas ao aumento do risco cardiovascular”, finaliza Magnoni.
SERVIÇO 72° Congresso Brasileiro de Cardiologia Data: de 3 a 5 de novembro Local: Expo São Paulo Endereço: Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 - Água Funda - SP site: http://cardio2017.com.br/