Estatísticas Cardiovasculares 2023 apontam que mais de R$ 1 bilhão são gastos anualmente com procedimentos cardiovasculares no Brasil pelo SUS
31/05/2024, 13:30 • Atualizado em 31/05/2024, 13:30
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Milhares de pessoas morrem anualmente no Brasil em decorrência das doenças cardíacas, enquanto que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta mais de R$1 bilhão por ano no país com procedimentos cardiovasculares. A Doença Arterial Coronariana (DAC), é a que ocupa o primeiro lugar no ranking das mais fatais no Brasil, seguida do AVC (Acidente Vascular Cerebral). Estas informações constam nas “Estatísticas Cardiovasculares 2023”, documento publicado pela ABC Cardiol, período da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Ainda segundo o levantamento, nos últimos 14 anos, no Brasil, houve uma significativa redução nas hospitalizações por insuficiência cardíaca e um aumento nas hospitalizações anuais por infarto agudo do miocárdio e doenças cerebrovasculares, enquanto os outros grupos de procedimentos clínicos tenderam à estabilidade. As internações por infarto agudo do miocárdio aumentaram mais de 50% nos últimos 10 anos, chegando a uma média de 90 mil anuais.
Quanto às abordagens cirúrgicas nos mesmos anos, houve um grande aumento no número anual de angioplastias coronarianas e uma tendência à estabilidade no número dos outros procedimentos cirúrgicos. Estimativas globais baseadas na prevalência de doenças cardiovasculares sugerem que o custo direto e indireto das DCV é superior a 4 a 5 vezes o custo direto para o SUS, atingindo a marca de 10 bilhões de dólares.
Entre outros destaques importantes, está a diminuição da mortalidade causada pela doença de Chagas nas últimas duas décadas no país e o fato de que, excepcionalmente, a Covid-19 foi a principal causa de mortalidade no país em 2021.
O levantamento foi coordenado pela cardiologista e pesquisadora Gláucia Maria Moraes de Oliveira e pelo pesquisador Antônio Luiz Pinho Ribeiro, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de diversos outros pesquisadores de todas as regiões do Brasil que assinaram o documento.
“A consolidação deste documento é importante não apenas para a SBC, mas para toda sociedade brasileira, no sentido de apresentar as demandas que irão orientar a construção de estratégias em políticas de saúde pública voltadas à saúde cardiovascular”, afirma a pesquisadora Gláucia Maria Moraes de Oliveira.
Os dados utilizados no levantamento foram obtidos por meio de diversas fontes, como o GBD (Global Burden of Disease), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o SUS (Sistema Único de Saúde), a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), o SIH (Sistemas de Informações Hospitalares), além do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade).