Espiritualidade e saúde cardiovascular
01/10/2024, 09:11 • Atualizado em 01/10/2024, 09:11
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Segundo Departamento de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular a “Espiritualidade é um conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias da vida de relacionamento intra e interpessoais, e com o aspecto de ser motivado pela vontade e passível de observação e de mensuração”. A citação foi retirada do posicionamento lançado em 2021 sobre a relação da Hipertensão com a Espiritualidade.
O tema, que tem cada vez mais despertado o interesse, foi destaque durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia. A professora e pesquisadora Maria Emília Figueiredo Teixeira, foi premiada com o melhor Late Break Science com o estudo “Influência de uma intervenção baseada em espiritualidade no controle da pressão arterial, hemodinâmica central e função endotelial”
Segundo Teixeira, a espiritualidade é um tema pertinente de pesquisa relacionado à saúde humana de forma geral, não restringindo os benefícios apenas à saúde cardiovascular. “O tema tem sido cada vez mais pesquisado e os estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados têm demonstrado potenciais benefícios reforçando a hipótese sobre a influência dos bons pensamentos e religiosidade sobre aspectos de saúde. Naturalmente, nós sabemos que é necessário expandir essa pesquisa para gerar a evidência científica mais robusta e daí sim, poder incorporar às Diretrizes e prática clínica como recomendação de fato.”
Embora não se estabeleça uma relação direta sobre o impacto da espiritualidade no coração, é fácil identificar a relação que se estabelece para justificar os estudos. O estresse,por exemplo, altera os batimentos cardíacos e eleva a pressão causando desequilíbrios, o mesmo se aplica à ansiedade que afeta os idosos no enfrentamento das doenças crônicas.
Estimativas indicam que 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão e 10% da população tem probabilidade de desenvolver a doença ao longo da vida. Entre os portadores de problemas relacionados ao coração, 42% apresentam maior frequência de sintomas depressivos entre os 50 e 59 anos. Por isso a atenção ao tema se torna ainda mais urgente
“Existem lacunas no conhecimento do processo de saúde e doença. E possivelmente o estudo da influência dos sentimentos e da espiritualidade nas saúde humana podem preencher uma parte delas relacionadas ao processo do adoecimento e cura do paciente. São possibilidades que ainda precisam de mais estudos, mas estamos no caminho” finaliza Maria Emília.