Eleições 2023: fortalecimento da representatividade associativa na SBC
05/04/2023, 16:31 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
Compartilhar
Em entrevista ao Jornal da SBC, a presidente do Conselho Administrativo, Andréa Araujo Brandão, fala sobre a importância da participação e mobilização dos sócios
A SBC se prepara para a realização de seu processo eleitoral, em 2023, que irá definir as novas diretorias de suas Sociedades Regionais e Estaduais, assim como as lideranças de seus Departamentos Especializados e Grupos de Estudo.
As eleições se convertem em oportunidade para que os sócios se façam representar por meio da escolha dos candidatos de sua preferência.
Por isso, o Jornal da SBC conversou com a presidente do Conselho Administrativo, Andréa Araujo Brandão, para traduzir aos nossos leitores a importância deste pleito.
Entrevista
1) Qual a importância da participação das Sociedades Estaduais e Regionais no processo eleitoral da SBC?
A participação ampla dos estados permite a consolidação de um processo eleitoral nacional, com todos os pleitos alinhados às mesmas regras e cronograma estabelecidos pela Comissão Eleitoral e de Ética Profissional (CELEP).
Já há algum tempo, a SBC não tem medido esforços para conduzir este processo eleitoral de maneira organizada, transparente e com ampla credibilidade.
Afinal, trata-se de uma grande oportunidade para o sócio expressar a sua opinião, a sua vontade em relação às pessoas que ele deseja que o represente localmente e nas diferentes frentes de atuação de nossa entidade através de seus Grupos de Estudos e Departamentos.
2) Neste sentido então podemos dizer que estas eleições são de grande importância institucional para a SBC?
Sem dúvida, a SBC considera fundamental uma aproximação e integração cada vez maiores com as suas Estaduais e Regionais, seus Departamentos e Grupos de Estudo. Trata-se de um dos pilares estratégicos do atual modelo de governança.
Desta forma, fortalecemos o propósito de garantir a pluralidade e representatividade das nossas lideranças em postos de gestão e em atividades da SBC.
3) A senhora teve uma expressiva trajetória de dedicação ao associativismo. Na sua visão, qual a importância para a carreira médica em seguir neste caminho e quais benefícios que esta atuação proporciona profissionalmente? Qual mensagem a senhora deixaria a quem almeja participar institucionalmente se candidatando a posições nos Grupos de Estudo, Departamentos, nas Sociedades Estaduais, Regionais e na própria SBC?
A participação no associativismo, em especial na SBC, que é uma sociedade médica bastante organizada e das mais potentes do nosso país traz benefícios importantes à carreira do cardiologista, a meu ver.
Primeiramente, aproximando-se dos Departamentos e Grupos de Estudos, o sócio pode se lançar ao aprofundamento científico em suas áreas de interesse, permitindo o acesso ao conhecimento científico de alto nível e às melhores e mais modernas práticas de excelência na assistência cardiovascular.
Em relação às posições de liderança nas Estaduais, há a possibilidade de maior aproximação e troca de experiências com profissionais e lideranças do seu estado, mas também com cardiologistas de outros estados e áreas da cardiologia, estabelecendo uma rede de relacionamentos consistente, o que refletirá certamente em um grande enriquecimento profissional.
É importante destacar que através do associativismo, os cardiologistas podem se desenvolver em atividades distintas daquelas que são restritas à prática clínica. A atuação na SBC permite acesso, por exemplo, a atividades relacionadas à gestão, planejamento estratégico, projetos e iniciativas voltadas a políticas públicas de saúde, assim como oportunidades de cooperação em projetos de pesquisa, projetos sociais e interações internacionais.
4) Existe algum perfil profissional ou pessoal ideal para quem almeja se dedicar ao associativismo e se candidatar a cargos eletivos?
Não existe um único perfil e, na verdade, o ideal é que haja diversidade de perfis que componham e tragam representatividade ao painel das lideranças eleitas.
Por exemplo, sempre haverá aqueles cardiologistas mais ligados à produção científica e à educação médica, enquanto outros têm como característica a capacidade de construir bons relacionamentos, outros com aptidão para atividades de gestão, alguns com mais habilidades políticas. É este conjunto formado por perfis diversos que nos ajudará a construir uma SBC cada vez mais forte e representativa.
O que nos parece bastante importante é que os cardiologistas que almejam atuar politicamente no associativismo da SBC estejam comprometidos com a nossa missão institucional que é atuar pela excelência no cuidado cardiovascular no Brasil e com a nossa visão de ser referência em associativismo médico e científico em âmbito nacional e internacional. O posicionamento institucional nos parece condição fundamental para qualquer atividade de gestão na SBC.
5) Uma novidade importante neste processo eleitoral de 2023 é a exigência dos critérios “Lei da Ficha Limpa para os candidatos”. Por que isso é importante?
A adoção dos critérios da Lei da Ficha Limpa, que hoje já permeiam as eleições nacionais, estaduais e municipais para o executivo e legislativo, foram adotados pela SBC com o objetivo de garantir a credibilidade e a representatividade da SBC, passando por todos os seus segmentos. Essa exigência já tem sido aplicada ao processo eleitoral dos membros do Conselho Administrativo.
É importante que nossas lideranças tenham elevado padrão ético e que estejam submetidas a normas de compliance, preservando a excelente reputação que conquistamos junto à opinião pública, bem como com organizações, instituições e empresas com as quais temos nos relacionado ao longo dos nossos quase 80 anos de história.
Desta forma, quem possui irregularidades ou condenações em segunda instância não estará apto para assumir cargos de liderança na SBC.
6) Como a senhora avalia a participação dos jovens cardiologistas e das mulheres neste processo eleitoral?
A SBC tem se esforçado muito na ampliação da diversidade de gênero, assim como na participação dos jovens, sempre reforçando que o mérito deve prevalecer.
Seria muito importante que, na formação das chapas, fosse possível garantir a presença de pelo menos 30% de mulheres nos cargos eletivos deste processo eleitoral. Esta é uma meta que pode ou não ser alcançada, mas é importante que estejamos atentos a este objetivo para que consigamos atingi-lo, ainda que seja mais futuramente.
A SBC possui hoje, em média, 30% de sócios do sexo feminino. Entretanto, nas faixas etárias mais jovens, este percentual já chega a 50%. Isso nos leva a concluir que existe em curso um aumento crescente da participação feminina em nossa entidade, indicando que teremos a possibilidade de contar proporcionalmente com mais mulheres em posições de liderança no decorrer dos próximos anos.
Em relação ao jovem cardiologista, vale destacar que seu voto no processo eleitoral é muito importante para que ele se faça representar. O nosso objetivo é que cada vez mais jovens participem ativamente da SBC, tornando a entidade cada vez mais próxima das suas expectativas e necessidades, tanto científicas quanto de desenvolvimento profissional.
Saiba mais sobre as Eleições da SBC, como se candidatar, ter acesso aos editais e cronogramas aqui