A data é relativamente nova no calendário da saúde, mas defende uma pauta urgente quando se fala em políticas públicas adequadas e voltadas à população feminina, que hoje representa 51% da população brasileira. As mulheres enfrentam uma série de desafios específicos que as tornam mais vulneráveis em determinado momento de suas vidas ​​à certas condições cardiovasculares. É crucial que esses fatores sejam reconhecidos e abordados adequadamente.

Além dos fatores clássicos de risco cardiovascular, como tabagismo, falta de atividade física e má alimentação, é importante destacar os fatores adicionais que afetam as mulheres, como a síndrome do ovário policístico, inflamações sistêmicas, estresse crônico e eventos adversos da gravidez que aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares. A partir dos 50 anos, o risco de problemas cardíacos aumenta devido à perda da proteção hormonal natural relacionada aos hormônios femininos, que ocorre entre a menarca e a menopausa.

A sobrecarga de responsabilidades enfrentadas pelas mulheres, como jornadas duplas ou triplas de trabalho e afazeres domésticos, também pode contribuir para o estresse e impactar negativamente a saúde cardiovascular. A  preocupação com a saúde do coração deve ser um hábito preventivo adotado ao longo da vida e iniciado desde cedo. Isso inclui não apenas visitas regulares ao ginecologista, mas também consultas com cardiologistas e a realização de check-ups periódicos.

“Mulheres apresentam uma preocupação com a saúde feminina realizando exames regulares e acompanhamento com a ginecologista, mas muitas vezes negligenciam a saúde cardiovascular, deixando de fazer os check-ups cardiológicos por acreditarem, erroneamente, que não são tão afetadas quanto os homens nesse aspecto.” pontua a Glaucia Maria Morais de Oliveira, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher

A educação e a conscientização são essenciais para mudar essa percepção e garantir que as mulheres recebam a atenção e os cuidados necessários para prevenir doenças cardíacas e promover uma vida saudável. É imprescindível que as políticas públicas reconheçam e abordem esses desafios, fornecendo apoio adequado às mulheres em termos de educação, prevenção e acesso a cuidados de saúde.

Para saber mais sobre dados e abordagens específicas, acesse o posicionamento sobre a saúde cardiovascular da mulher aqui.