Defesa profissional e de políticas públicas são prioridades do Conselho Administrativo da SBC
17/01/2022, 17:42 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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O presidente do CA, João Fernando Monteiro Ferreira, comemora o fato de o poder decisório da entidade agora ser compartilhado, tal qual em sociedades internacionais como ACC e ESC
À frente do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), modelo de governança que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2022, está o cardiologista João Fernando Monteiro Ferreira. O médico, que encerrou em 2021 seu cargo como presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, já foi diretor científico do Departamento de Cardiologia Clínica (DCC-SBC) e coordenador da Comissão de Julgamento do Título de Especialista (CJTEC).
Segundo Ferreira, estamos diante de um momento histórico com a implementação de um novo modelo de governança e político na SBC, que desde a sua fundação, há 78 anos, estava baseada em um modelo presidencialista, com um presidente e uma diretoria, passando a ser conduzida, agora, por um Conselho, eleito pela Assembleia Geral de Delegados Associados (AGAD), por meio de critérios que garantam a representatividade e a pluralidade.
“Com isso, o poder decisório da SBC passa a ser compartilhado nesse Conselho Administrativo. Trata-se de um modelo de governança semelhante a várias sociedades internacionais, como o American College of Cardiology e a European Society of Cardiology, com o qual esperamos fortalecer a união e as ações da Sociedade a nível nacional”, fala o presidente do Conselho Administrativo.
Com a nova governança, a SBC buscará fortalecer o seu papel frente a políticas públicas de saúde. Foi criado um Grupo de Trabalho (GT), liderado pelo membro do Conselho, Carlos Eduardo de Souza Miranda, que reúne também a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), entre outras que serão incorporadas para atuar em conjunto pela defesa profissional - na discussão do financiamento ao atendimento com cardiopatia tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como na Saúde Suplementar -, e pela questão da remuneração médica.
Outro GT criado nesse primeiro mês da nova gestão é relacionado à vacina contra Covid-19. “Não somos especialistas em vacinas, somos cardiologistas, mas existe uma lacuna do conhecimento importante a ser ocupada e essa, sim, pertence ao cardiologista, que é sobre a segurança cardiovascular das vacinas. Também estamos instituindo um GT, que será liderado pelo Dr. Denílson Albuquerque, que irá se debruçar sobre esse tema da vacinação muito pontuado neste momento. Não é sobre o quanto a vacina protege de mortes, mas a questão da segurança incluindo a população pediátrica. Iremos trazer recomendações para o cardiologista sobre como acompanhar a segurança dessas vacinas nos seus pacientes”, explica Ferreira.
O presidente do Conselho Administrativo adianta que os planos da nova gestão, além de implementar e consolidar o novo modelo de governança, são manter as atividades científicas com alto valor e retomar as atividades presenciais. “Sem dúvida, o evento de destaque em 2022 será o 77º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que ocorrerá junto com o Congresso Mundial de Cardiologia, no Rio de Janeiro, em outubro”, destaca.