Informamos que o Conselho Administrativo da SBC, em conjunto com a Superintendência, decidiu descontinuar o projeto “SBC vai à escola”. A decisão ocorreu após uma análise cuidadosa dos resultados do projeto e, principalmente, das suas perspectivas futuras em termos de seu alinhamento ao planejamento estratégico da SBC.

 

Na análise realizada, entendeu-se que o projeto, em seu formato atual, carecia de alguns elementos que seriam fundamentais para a sua continuidade.

 

Primeiramente, não verificamos na conformação atual do projeto os elementos de escalabilidade que permitiriam que o projeto tivesse alcance nacional em curto prazo. Embora coordenado pela SBC nacional, um projeto em escolas tem natureza eminentemente local - e deve ser formatado de forma a ser replicado pelas sociedades estaduais, com as adaptações necessárias à realidade local. Entendemos que o formato até então vigente não contemplava essa descentralização necessária à replicação nacional do projeto.

 

Tampouco foi possível verificar métricas e indicadores do projeto que permitissem uma análise e acompanhamento dos resultados obtidos. Dados e indicadores relativos ao projeto não foram institucionalizados na SBC, mas mantidos em separado, com compartilhamento raro, inconstante e incompleto com a gestão da SBC. Quando disponíveis, os indicadores refletem processos relativos ao projeto, sem que fosse possível verificar com clareza impactos efetivos em termos de melhoria da conscientização sobre saúde cardiovascular da população.

 

Da mesma forma, o projeto carecia de institucionalização efetiva. De forma absolutamente singular entre os projetos da SBC, o projeto vinha sob a mesma liderança desde o início, há mais de uma década. A ausência de novas lideranças priva o projeto do aporte de novas perspectivas e da  busca de ampla representatividade regional que tem caracterizado a gestão do Conselho Administrativo da SBC. Entendemos que os projetos institucionais pertencem ao conjunto dos associados da SBC, e não devem ser personalizados.

 

Além disso, o Conselho Administrativo da SBC também determinou que a liderança de projetos na entidade deve ser limitada a membros detentores do Título de Especialista em Cardiologia. A decisão visa a reforçar a importância do TEC como marca de distinção do cardiologista e garantir a qualificação científica das atividades da SBC.

 

É também importante deixar claro que a decisão de encerrar a formatação atual não ocorre sem que tenham havido tentativas prévias de endereçar os pontos aqui explicitados e colocar o projeto no rumo desejado pelo Conselho Administrativo e pelo conjunto dos sócios da SBC. Infelizmente, não foi possível chegar a um consenso nestas questões de forma tempestiva.

 

Por fim, deixamos aqui o agradecimento da SBC pela dedicação da equipe que instituiu e liderou o projeto neste período. A SBC reconhece o importante legado que o "SBC vai à escola" deixa em termos de voltar a atenção da entidade para os temas de prevenção primordial. Certamente, este legado não será esquecido - muito pelo contrário - reforçamos o compromisso da SBC com o cuidado da saúde cardiovascular dos brasileiros desde a infância.