Como a tomografia de tórax pode trazer revelações sobre calcificação de artérias coronárias
Como a tomografia de tórax pode trazer revelações sobre calcificação de artérias coronárias

27/06/2023, 11:40 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Investigação e controle por meio do exame não invasivo podem evitar desfechos cardiovasculares indesejáveis

Um importante fator preditivo de doenças cardiovasculares é a ocorrência de calcificações de artérias coronárias, facilmente identificável por meio da tomografia computadorizada de tórax. Com o objetivo de investigar essa relação, um estudo transversal consecutivo de caráter analítico e descritivo acaba de ser publicado na ABC Imagem Cardiovascular, publicação do Departamento de Imagem Cardiovascular (DIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

O artigo Achados Tomográficos Incidentais de Calcificações Coronarianas: Um Estudo de Prevalência na Região Sul do Brasil analisa, mais especificamente, a prevalência de achados incidentais de calcificação em artérias coronárias em indivíduos não cardiopatas submetidos à tomografia.

“A hipótese foi pensada pelo fato de haver vários achados incidentais que caracterizam a calcificação de artérias coronárias nesses exames e a população em questão não ter o diagnóstico”, explica Eliane Roseli Winkelmann, doutora em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e autora do artigo.

Para realizar o estudo, foram selecionados pacientes de ambos os sexos que realizaram a tomografia por motivos não cardiológicos no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) de um hospital de médio porte da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

“Os pacientes responderam a uma ficha de anamnese sobre comorbidades (hipertensão, diabetes mellitus e dislipidemias) e hábitos de vida diária (sedentarismo e tabagismo). Informações referentes às calcificações coronárias foram obtidas a partir da reavaliação das imagens de tomografia”, diz Eliane.

A identificação das calcificações coronarianas foi avaliada de forma subjetiva por dois médicos radiologistas, sendo classificadas em ausente, leve, moderada ou grave.

Dentre os 397 exames analisados, 44% mostram a presença de achados incidentais de calcificação das artérias coronárias.

“Esse fato se acentua com o aumento da idade e no sexo masculino. Além disso, as calcificações possuem relação direta com comorbidades e com hábitos de vida diários”, ressalta a autora.

O estudo também mostra que as calcificações afetam mais a artéria coronária direita e possuem relação com tabagismo, sedentarismo, hipertensão, diabetes mellitus e dislipidemias.

“Com a adequada prevenção, há uma diminuição significativa na morbimortalidade causada pelas doenças cardiovasculares, melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, diz Eliane, que afirma também que os resultados evidenciam a efetividade da tomografia para a avaliação das calcificações das artérias, juntamente com o histórico do paciente.

“É de suma importância essa informação para que haja a adequada prevenção e evitar os desfechos cardiovasculares indesejados. A tomografia entrou como uma ferramenta não invasiva para avaliar a prevalência das calcificações”, conclui Eliane.

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