“Clarivate” elenca pesquisadores membros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) como os mais importantes do planeta
31/05/2024, 13:31 • Atualizado em 31/05/2024, 13:31
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O tradicional ranking “Clarivate”, realizado pela empresa “Clarivate Analytics”, dos EUA, selecionou dois cardiologistas brasileiros, membros da SBC, para lista que trouxe os pesquisadores e cientistas mais citados e importantes do mundo em 2023. Renato Delascio Lopes, (Professor Titular de Cardiologia da Duke University e Livre-Docente em Cardiologia pela Escola Paulista de Medicina), e Raul Santos (pesquisador da ARO do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor da Unidade Clínica de Lípides do InCor HCFMUSP) estão entre os membros da SBC que tiveram suas descobertas científicas citadas globalmente em índices altamente relevantes. As citações ultrapassam a marca de 120 mil.
Altamente criteriosa, a seleção do “Clarivate Analytics” leva em conta elementos-chave que apontam o grau de desempenho de instituições de ensino e pesquisadores. Entre eles, estão as citações em publicações mundiais, o território geográfico (país) no qual os pesquisadores estão inseridos e para os quais eles contribuem, bem como alunos e financiamentos das instituições. Os parâmetros são internacionais e ajudam os pesquisadores e universidades a se destacarem dentro da ciência global.
Dessa forma, os pesquisadores brasileiros presentes no “Clarivate” são considerados os mais importantes do planeta, o que aumenta o prestígio do Brasil e da Cardiologia nacional diante da comunidade científica internacional.
“Eu me sinto muito honrado com o reconhecimento mundial de estar entre os top 1% cientistas mais citados de todas as áreas da ciência na última década, e poder representar a Cardiologia Brasileira nesse seleto grupo de pessoas”, afirmou Renato Lopes à SBC, que possui mais de 730 artigos publicados no PubMed e próximo de 120 mil citações.
Enquanto o pesquisador Raul Santos diz que é uma honra estar listado no ranking. “Mostra que a cardiologia brasileira tem condição, sim, de fazer pesquisa de alto nível e ser reconhecida de forma muito robusta internacionalmente. Eu tenho mais de 20 mil citações dos meus estudos”, destaca.
No que diz respeito às pesquisas e áreas de atuação, os estudos de Renato Lopes agregam conhecimento sobre fibrilação atrial e prevenção de acidente vascular cerebral, uso de antitrombóticos em diversos cenários clínicos e sobre os avanços no tratamento das síndromes coronarianas agudas e crônicas.
Já Raul Santos destacou-se na produção científica ao abordar doenças genéticas, ou doenças que levam ao colesterol muito alto. “Além de pesquisas sobre fatores de risco em pessoas sadias e outros fatores que não são simplesmente uma dislipidemia. Por isso, a possibilidade de eu ser altamente citado, por atuar em uma área que é interdisciplinar, que liga vários órgãos e disciplinas dentro da medicina”, explica o pesquisador.
Por fim, os médicos falaram sobre a emoção causada pelo reconhecimento tão importante na carreira. “Esse reconhecimento é uma das coisas que acontecem na vida e a gente não espera. É apenas um resultado de anos e anos de dedicação, trabalho, determinação e sacrifício, sempre tentando fazer o melhor e pelos princípios corretos. Acredito que quando vivemos assim, o trabalho passa a não ser trabalho e tudo positivo acaba acontecendo como consequência natural”, revela Renato Lopes. Ele complementa: “Apesar de morar fora do Brasil há quase 20 anos, é uma satisfação única realizar pesquisas de ponta também no Brasil, que avançam a medicina mundial, e ao mesmo tempo servir de exemplo para as novas gerações de pesquisadores nacionais e internacionais, para sempre acreditarem em seus ideais e sonhos, por mais distantes que possam parecer em determinado momento de nossas vidas.”
Raul Santos relembrou as dificuldades em se fazer ciência no Brasil. “Sabemos como é difícil para os cientistas e pesquisadores brasileiros serem reconhecidos internacionalmente. Então, isso é um estímulo muito grande para mim, para continuar fazendo o que eu estou fazendo e poder, obviamente, também transmitir isso para os mais novos e mostrar que é possível, sim, sem você morar fora do país, conseguir fazer uma ciência de alto nível”, completa.
Acesse o ranking “Clarivate” 2023 aqui.
Comentários
Dayse Lourenço
02/06/2024
Excelente. Parabéns e muito merecido
Maria Helena Mani Dias Sardilli
02/06/2024