Avanços no diagnóstico e tratamento da aterosclerose são destaque na nova edição da Revista da SOCESP
Avanços no diagnóstico e tratamento da aterosclerose são destaque na nova edição da Revista da SOCESP

17/03/2025, 15:15 • Atualizado em 17/03/2025, 15:15

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A nova edição da Revista da SOCESP está inteiramente dedicada aos avanços diagnósticos e terapêuticos da aterosclerose, trazendo as mais recentes novidades no entendimento da doença — desde sua fisiopatologia até novas abordagens clínicas e de prevenção. A publicação, com download gratuito, contempla sete artigos médicos, um suplemento com três artigos multiprofissionais, seis podcasts e três relatos de casos.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) reforça a importância do tema ao destacar que cerca de 40% dos adultos brasileiros apresentam colesterol alto, sendo que apenas um em cada quatro está em tratamento. Dados do Ministério da Saúde apontam que quase 20 milhões de pessoas no país têm colesterol elevado.

Segundo o editor-chefe da publicação, Luís Henrique Wolff Gowdak, a aterosclerose pode ser considerada uma "doença dos tempos modernos", mas evidências históricas mostram que ela já estava presente em populações antigas. "O uso de técnicas avançadas de imagem permitiu a identificação de aterosclerose em múlias humanas de diferentes populações antigas com idade média estimada de 40 anos no momento da morte. A doença foi encontrada em todas as populações estudadas, exceto em indígenas australianos, e 38% das múlias apresentavam aterosclerose definitiva ou provável. Essa descoberta apoia a hipótese de uma predisposição humana inata à aterosclerose, sobre a qual os fatores de risco cardiovascular modernos podem determinar a extensão e o impacto da doença", contextualiza.

A publicação revisita processos desencadeadores e perpetuadores da progressão da aterosclerose, analisa o valor dos biomarcadores inflamatórios na estratificação de risco cardiovascular e discute a aplicabilidade de escores de risco. "A aterosclerose é uma condição clínica frequentemente assintomática durante grande parte de sua evolução. A estratificação de risco na prevenção primária é de suma relevância, pois permite a identificação de indivíduos sob risco aumentado de desenvolvimento ou já com presença de aterosclerose subclínica, possibilitando a oferta de estratégias de modificação do estilo de vida e controle efetivo dos fatores de risco", explica Gowdak.

A revista também aborda ferramentas diagnósticas baseadas em métodos de imagem e discute o tratamento clínico otimizado, além de destacar o papel dos análogos de GLP-1, classe farmacológica que tem recebido atenção pelos benefícios oferecidos a populações de alto risco cardiovascular. "Deve ser nosso compromisso a cuidadosa avaliação de pacientes, a conscientização da população para a importância dos fatores de risco e a implementação efetiva de estratégias modificadoras da progressão da doença", conclui o editor-chefe.

A edição contou com a coautoria de Maria Cristina Izar e Marcelo Arruda Nakazone. Para acessar a publicação, acesse o site

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