O cardiologista Ricardo Vivacqua, colaborador de décadas da instituição, compartilha momentos em que sua vida profissional se cruzou com a SBC

No ano em que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atinge seus 80 anos, um dos seus colaboradores mais antigos completa 10 anos a mais de vida. Próximo do seu nonagésimo aniversário, Ricardo Vivacqua continua ativo na área em que se formou em 1958, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Continue lendo para saber mais sobre as lembranças do professor e pesquisador e sobre a sua relação longínqua com a SBC.

Era 1982 quando a história de Ricardo se cruza com a da instituição. Ao retornar para o Brasil após um período no exterior, onde atuou como médico da Seleção Brasileira na Copa da Espanha, foi eleito presidente da Sociedade De Cardiologia do Estado do Rio De Janeiro (SOCERJ).

“Nesse período a SOCERJ funcionava junto com a sede da SBC, na Rua Paula Souza, no Maracanã, e ambas cooperavam bastante para o funcionamento”, conta Ricardo.

O cardiologista foi um dos fundadores e presidente do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da SBC ainda na década de 1980. E guarda lembranças precisas da instituição daquela época.

“Depois de alguns anos, a SBC foi para uma casa em Botafogo e eu me tornei Diretor Administrativo por duas gestões: a do doutor Ênio Cantarelli e depois a do doutor Iran Castro”, Ricardo compartilha, revisitando outras lembranças.

O pesquisador faz questão de relembrar o 51º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em que foi eleito presidente do Congresso. Além da memória pessoal, ele destaca que aquela foi a primeira edição realizada no Centro de Convenções Riocentro.

No último ano, em 2022, o espaço abrigou também o Congresso Mundial de Cardiologia pela segunda vez na história. E Ricardo esteve presente.

“Apresentamos um estudo de teste cardiopulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca grave, candidatos a transplante. No estudo buscamos determinar os valores preditores de transplante e outros dados”, ele comenta.

A lembrança recente só comprova a atuação permanente e presente do profissional na área. Ricardo é, ainda hoje, editor convidado do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS) e dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol).

Ele ressalta o trabalho da SBC como essencial para a comunidade científica de cardiologia do país - e do mundo. E relembra o que mais o marcou desde os primeiros anos de atuação junto a instituição: “A SBC se caracterizou pelos membros serem irmãos, irmãos pela profissão, irmão pelo coração”.

Ao ser questionado sobre qual o seu último trabalho lançado, Ricardo não hesita em contar uma novidade. Ainda neste ano, no 78º Congresso de Cardiologia Brasileiro, que acontece em Porto Alegre no mês de setembro, vai lançar um livro.

“Meu trabalho mais recente vai ser lançado agora em 2023 no Congresso de Cardiologia. É um livro sobre a amiloidose, em que eu escrevi um capítulo sobre o teste cardiopulmonar e a reabilitação de pacientes portadores de amiloidose”, detalha.

Depois de tantos anos de atuação, o cardiologia compartilha o que acredita ser essencial para os profissionais da área: “Antes de pensar na especialidade dentro da Cardiologia, deve-se pensar na parte clínica. Não há máquina que resolva o relacionamento médico e paciente, essencial para o tratamento do paciente”.