A maioria das afirmações de marketing sobre a segurança e a eficácia de preparações manipuladas de hormônios bioidênticos não é embasada em estudos devidamente controlados.
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03/07/2024, 15:06 • Atualizado em 03/07/2024, 15:06

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Nos últimos 40 anos, a Terapia Hormonal da Menopausa (THM) – utilizada quando as mulheres começam a enfrentar os sintomas da menopausa – passou por diversas fases na ciência. Entre as décadas de 1960 e 1990, foi altamente recomendada pelos médicos, atingindo mais de 90 milhões de mulheres nos EUA. Contudo, no início dos anos 2000, estudos evidenciaram efeitos colaterais da THM, como AVC, câncer de mama e outros problemas em mulheres predispostas a tais desfechos clínicos, resultando em uma alta contraindicação do tratamento.

No entanto, uma nova Diretriz, que será lançada durante o 79º Congresso Brasileiro de Cardiologia, reunindo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Sociedad Interamericana de Cardiología (SIAC), visa atualizar os conhecimentos sobre quais mulheres devem ou não realizar a THM e corrigir a rota.

Atualmente, o número de mulheres que utilizam a THM para enfrentar os sintomas das mudanças hormonais ainda é baixo, sendo menos de 10% das mulheres na menopausa e no climatério. Segundo a nova Diretriz, com base em evidências científicas, a THM deve ser iniciada na “janela de oportunidade”, isto é, nos primeiros 10 anos após o início da menopausa e/ou antes dos 60 anos de idade. A decisão de iniciar a THM, a dose utilizada, o regime e a duração do seu uso devem ser feitos de forma individualizada, após discutir os benefícios e riscos com cada paciente e fornecer à paciente um folheto informativo do produto selecionado. Isso deve ser considerado no contexto dos benefícios globais obtidos com o uso de THM, incluindo controle de sintomas e melhora da qualidade de vida, bem como os potenciais benefícios cardiovasculares e ósseos associados ao uso da THM. Todas as mulheres na peri- e pós-menopausa, incluindo aquelas que usam THM, devem realizar mamografia de rastreamento de acordo com as Diretrizes atuais da FEBRASGO. Adicionalmente, a quantificação de colesterol total e suas frações, triglicerídeos e glicemia de jejum auxilia na escolha da melhor via de administração da THM.

“Novos estudos mostraram que iniciar a THM nessa ‘janela de oportunidade’ para as mulheres climatéricas sintomáticas sem contraindicações diminuiu os sintomas e aumentou a qualidade de vida. Ela também deve ser administrada na menopausa precoce e na insuficiência ovariana prematura. Hoje, as mulheres vivem 30% a 40% da vida na menopausa, pois estão vivendo mais. Portanto, é necessário criar condições para que tenham uma vida plena”, afirma a pesquisadora Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia e uma das coordenadoras da nova Diretriz.

Outro dado importante é que, em países de baixa e média renda, “há um aumento na prevalência de insuficiência ovariana prematura, antes dos 40 anos de idade, e menopausa precoce, antes dos 45 anos, ambas consideradas fatores de risco para doença e mortalidade cardiovascular”, destaca o documento.

O documento, será lançado no 79º Congresso Brasileiro e ficará disponível para consulta no site da SBC no mesmo período

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