A importância do tratamento e do monitoramento de pacientes com doenças ateroscleróticas
A importância do tratamento e do monitoramento de pacientes com doenças ateroscleróticas

02/02/2023, 20:39 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Pesquisa recente investiga o desenvolvimento de patologias secundárias em pessoas já em tratamento

A doença arterial periférica (DAP) é hoje responsável por 87% das amputações dos membros inferiores. Apesar disso, a DAP não é tão investigada quanto outras enfermidades ateroscleróticas, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC). O recente estudo A influência das doenças ateroscleróticas primárias na ocorrência de doenças secundárias vai no caminho oposto a esse cenário.

A pesquisa foi publicada na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico internacional da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), e chama atenção pelo grupo de pacientes analisados. As autoras reuniram dados de mais de 500 mil pessoas diagnosticadas com doenças ateroscleróticas primárias, que estavam em tratamento durante o período do estudo.

A hipótese primária apontava para a investigação do desenvolvimento de doenças ateroscleróticas secundárias. A partir da pesquisa bibliográfica, que levou cerca de um ano, o grupo foi delimitado com dois critérios. O primeiro considerava pacientes diagnosticados com infarto agudo do miocárdio, AVC ou doença arterial periférica. O segundo, delimitou um pouco mais: a ocorrência de doenças secundárias nesses pacientes.

“Este artigo é um dos principais da área. A maioria dos estudos do campo tem como foco principal o desenvolvimento do infarto e do AVC. A doença arterial periférica acaba sendo deixada de lado. Nós conseguimos abordar as três patologias”, diz Paula Picoli, autora principal do artigo.

O principal resultado da pesquisa reforça, por si só, a necessidade de maiores investigações sobre a DAP. Os pacientes diagnosticados com essa doença foram os que apresentaram maior probabilidade de desenvolver tanto o infarto agudo do miocárdio (chances de 9,17%), quanto de AVC (8,79%).

“As pessoas, de modo geral, tem ciência do AVC e do infarto, a DAP não é muito conhecida pela população. A sigla não é tão comum, o que torna a doença negligenciada e acaba acarretando em outras patologias”, reforça Paula.

A pesquisadora acredita que os resultados servem como alerta para a população em geral e para os profissionais da saúde, sobre a importância de aderir ao tratamento de doenças ateroscleróticas e monitorar o possível surgimento de outras.

“Esse diagnóstico do artigo serve como alerta para a população monitorar outras doenças que possam surgir. Os pacientes já estavam em tratamento e ainda assim desenvolveram as doenças secundárias”, diz Paula.

O estudo foi iniciado no período de mestrado da pesquisadora, que atua na área de Biotecnologia. Ela deu continuidade a investigação em seu doutorado, em que atualmente trabalha no desenvolvimento de um biodispositivo que pode auxiliar a parte do diagnóstico dessas doenças.

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