A fibrilação atrial em pacientes com doença renal crônica terminal
A fibrilação atrial em pacientes com doença renal crônica terminal

27/06/2023, 11:32 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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A arritmia mais comum no mundo também é a mais frequente em doentes renais crônicos. Estudo investiga o perfil clínico-demográfico de pacientes

Pacientes com doença renal crônica terminal (DRCT) têm mais tendência a desenvolverem fibrilação atrial do que qualquer outro tipo de arritmia, condição que também é observada como a arritmia mais prevalente no mundo. Ainda assim, faltam evidências científicas robustas que corroborem para a prescrição eficaz e segura de anticoagulantes para indivíduos que sofrem com a DRCT.

Com o objetivo de descrever o perfil clínico-demográfico e a prevalência de fibrilação atrial na população com doença renal crônica em diálise, o estudo Prevalence of Atrial Fibrillation in Patients With End Stage Renal Disease, divulgado no International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), se desenvolve. A publicação teve ainda, como objetivo secundário, avaliação dos escores de risco de tromboembolismo e sangramento.

Maria da Graça Lepre Hawerroth, autora do estudo, explica sobre os fatores de escolha dos participantes: “Os pacientes foram considerados elegíveis para análise ao apresentar idade maior ou igual a 18 anos, ser portador de doença renal crônica terminal e estar em terapia renal substitutiva - diálise - na Instituição”.

Ela ressalta que foram adotados critérios de exclusão. “Pacientes submetidos a transplante renal, não consentimento para participação na pesquisa, transferência para outros serviços e óbitos ocorridos durante o estudo”, afirma Maria da Graça.

Na investigação, realizada entre janeiro e março de 2020, 295 pacientes foram analisados por meio de questionário de anamnese, exame físico e eletrocardiograma de 12 derivações. A maioria do grupo analisado era de homens, idosos, fumantes e com comorbidades cardio-endócrinas associadas.

“Constatou-se um perfil clínico com elevada prevalência de comorbidades cardiometabólicas e de risco ao desenvolvimento de fibrilação atrial”, afirma Maria da Graça.

Na população já portadora da arritmia, verificou-se o risco embólico e hemorrágico elevados simultaneamente. “Associado aos mecanismos de depuração e desdobramentos hemorrágicos dos anticoagulantes, esse resultado torna o emprego desses fármacos ainda incerto no cenário da doença renal crônica terminal e objeto de realização de novos estudos”, esclarece a pesquisadora.

Segundo ela, por meio do conhecimento de características intrínsecas da população analisada pode-se oferecer melhor assistência fundamentada na literatura médica disponível. O artigo consiste em uma pesquisa observacional e não está vinculado a outros estudos, apesar de abrir possibilidades para novas investigações.

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