A farinha de semente de abóbora pode beneficiar o tratamento contra a obesidade
A farinha de semente de abóbora pode beneficiar o tratamento contra a obesidade

31/10/2023, 18:46 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Um estudo baseado em dados colhidos pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entre 2008 e 2015, mostra tendências de sobrepeso e obesidade em mulheres em idade reprodutiva no Brasil.

Em relação às estatísticas, a obesidade já atinge 600 milhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, os dados mostram que as mulheres são mais frequentemente acometidas pela condição.

De acordo com o IBGE, de 2003 a 2019, a quantidade de mulheres obesas no Brasil passou de 14,5% para 30,2%. Hoje, 62,6% das mulheres no país sofrem com excesso de peso ou obesidade. O tratamento da condição baseia-se em um conjunto de práticas, que incluem dietas e mudança no padrão de comportamento alimentar.

Recém publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), o artigo Effect of Hypoenergetic Diet Combined With Pumpkin Seed Flour Consumption on Obese Women, investigou o efeito da dieta hipoenergética combinada com farinha de semente de abóbora na qualidade da dieta e marcadores em mulheres obesas.

Este é o primeiro estudo a avaliar essa combinação de fatores com índices antropométricos, glicose e metabolismo lipídico em mulheres obesas no Brasil.

Segundo Glaucia Maria Moraes de Oliveira, uma das autoras da pesquisa, o tratamento dietético é um dos principais pilares para a perda de peso. “O consumo de alimentos funcionais auxilia na prevenção dos fatores de risco cardiovascular e a obesidade é considerada um problema de saúde pública devido ao seu aumento crescente. A farinha de semente de abóbora (FSA) é rica em ácidos graxos essenciais e fibras alimentares, que podem contribuir para redução de peso e agravos cardiometabólicos”, diz ela.

Outros estudos já haviam sugerido que a suplementação com óleo de semente de abóbora poderia ser favorável para a saúde cardiovascular. É citado no artigo uma pesquisa realizada em 2011, com mulheres na pós-menopausa que consumiram o óleo por doze semanas. Nele, foi demonstrado um aumento nas concentrações de colesterol HDL, bem como aumento geral do índice aterogênico.

Na presente investigação, 100 mulheres obesas participaram, durante 90 dias, de um estudo duplo-cego, controlado por placebo. Elas foram divididas entre dois grupos: um recebeu a prescrição de uma dieta hipoenergética e a farinha de semente de abóbora e o outro também uma dieta, mas com um placebo no lugar da farinha.

O grupo que consumiu a semente de abóbora conseguiu reduzir, ao final do período de avaliação, índices de circunferência de pescoço, massa gorda, triglicerídeos, insulina e avaliação do modelo homeostático para resistência à insulina.

A redução de concentrações de triglicerídeos sugere que a adição da farinha de semente de abóbora pode beneficiar na redução de doenças cardiovasculares, uma vez que o índice está associado à patogênese dessas doenças.

Ambos os grupos tiveram IMC reduzido, assim como a relação cintura/altura, índice de conicidade e pressão arterial sistólica. A dieta hipocalórica melhorou a qualidade da alimentação em ambos os grupos.

Glaucia explica que os resultados apontam que a dieta hipoenergética associada ao consumo diário de farinha de semente de abóbora reduz significativamente o perímetro do pescoço, a composição corporal pela massa gorda, os triglicerídeos e o Homa-IR.

“A dieta hipoenergética no GFSA e GP apresentou benefícios para perda de peso e gordura visceral, redução de PAS, insulinemia e aumento de HDL-col, HOMA-IR e QUICKI entre os voluntários que participaram deste estudo reduzindo o percentual de obesidade entre eles e suas comorbidades. A FSA apresenta em sua composição grande quantidade de fibras e AG oleico, que contribuem que auxiliam na redução de agravos cardiometabólicos”, destaca ela.

Existem certas limitações no estudo, que não chega a medir ácidos graxos plasmáticos para verificar a adesão da farinha ou placebo. Ainda assim, trata-se da primeira investigação que avalia o consumo da farinha de semente de abóbora em indivíduos obesos por um período maior de tempo. Levando em conta esses fatores, existe espaço para futuras pesquisas que deem continuidade à investigação.

“A FSA deveria ser testada em população maior para validar a hipótese de auxiliar no tratamento da obesidade em mulheres”, finaliza a pesquisadora.

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