“A cardiologia é uma arte e uma ciência”, diz José Nogueira Paes
25/04/2023, 17:10 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30
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O cardiologista atuou na fundação da Sociedade Brasileira de Cardiologia Norte/Nordeste (SBC/NNE) e é ex-presidente da SBC Ceará
Uma trajetória em números: 83 anos de vida, 59 de profissão (por enquanto) e 57 de associado da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Assim se apresenta a trajetória de José Nogueira Paes Júnior, cardiologista cearense, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e membro titular da Academia Cearense de Medicina.
Em comemoração aos 80 anos da SBC, completos agora em 2023, doutor José compartilha lembranças como um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Cardiologia Norte/Nordeste e ex-presidente da SBC Ceará.
“Participei da CENIC, primeiro censo de resultados da intervenção coronariana e primeira tabela de procedimentos em hemodinâmica para o SUS”, diz Dr. José.
Ele também foi o primeiro chefe da cardiologia do Hospital Carlos Alberto Studart, hoje grande centro de transplantes cardíacos no Brasil e um dos principais centros de angioplastia primária no país.
Sobre grandes mudanças que permearam sua área de atuação ao longo de todos esses anos, José não hesita em responder: “A possibilidade do conhecimento da anatomia in-vivo das coronárias pela cinecoronariografia foi sem dúvida o maior acontecimento cardiológico dos últimos anos”.
Ele afirma que tal avanço permitiu melhor conhecimento da doença coronariana e suas consequências, com grande avanço na terapêutica, incluindo a cirurgia e intervenção percutânea.
Em defesa à pesquisa científica e avanços tecnológicos em nosso país, diz: “O Brasil está muito bem situado neste contexto, daqui partiram os estudos dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina e a introdução dos stents, incluindo os eluidores de fármacos”.
Para José, a cardiologia deve ser, cada vez mais, possível para todos e todas. Sua previsão para o futuro é de que a população tenha acesso, cada vez mais, a tratamentos e informações, e médicos possam intervir de forma efetiva para evitar a mortalidade ainda alta vinda de doenças cardiovasculares.
Neste cenário, a SBC se coloca como uma grande aliada: “A instituição pode direcionar as ações públicas para o melhor atendimento dos cardíacos e para os movimentos de prevenção desta grande epidemia na nossa sociedade. Além de ser porta-voz das reivindicações da especialidade”.
Amor e paciência são requisitos colocados por José como essenciais a todos os cardiologistas - e médicos de forma geral. O recado que ele deixa é o seguinte: “A Cardiologia é uma arte e uma ciência. Sempre temos que aprender com todos os pacientes, nossos pares e com os métodos tradicionais. Portanto, permaneçam estudando!”.