DECAGE News 17 - 2015

31/08/2015, 21:00 • Atualizado em 24/01/2025, 13:35

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MENSAGEM DO PRESIDENTE

Caros Amigos DECAGE,

Caros amigos,

Estamos às vésperas do maior encontro da Cardiogeriatria Brasileira, o XII Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria. Assim, nos dias 06 e 07 de novembro próximo, esperamos recebê-los em Curitiba-Paraná. Durante todo o ano de 2015 a Comissão Organizadora comandada pelo Dr. Álvaro Cattani, presidente do Congresso, trabalhou incessantemente, procurando proporcionar a todos um evento muito especial. Com uma programação científica muito bem elaborada, teremos oportunidade de debater temas interessantes e na experiência de cada um, encontrar respostas práticas e cientificamente embasadas.

Teremos a grata oportunidade de receber novos Colegas, rever velhos Amigos e na alegria do reencontro desfrutar momentos de feliz confraternização.

A festa está pronta. Esperamos todos em Curitiba.

Josmar de Castro Alves
Presidente DECAGE


ESQUINA CIENTÍFICA

Intervenção percutânea em pacientes com mais de 70 anos. Análise de desfechos intra-hospitalares na era contemporânea - CLIQUE AQUI
Clacir Staudt (RS)


Validation of risk estratification schemes for predicting stroke and tromboembolism in patients with atrial fibrillation: Nationwide cohort study - CLIQUE AQUI
Roberto Gamarski (RJ)

INFORMES

 

O Decage participou do GERIAT RIO, na cidade do Rio de Janeiro, no período de 3 a 5 de setembro. IV Jornada Mineira de Cardiogeriatria, em Belo Horizonte (MG), nos dias 2 e 3 de outubro.

Entrevista

Decage News - 017 (Setembro/2015)

Comentário sobre Artigo Original

Intervenção percutânea em pacientes com mais de 70 anos. Análise de desfechos intra-hospitalares na era contemporânea. REV BRAS CARDIOL INVAS.2008;16(1):64-69.
Dra Clacir Staudt -Cremers 9904. Cardiologista intervencionista. Cinecors –Hospital Ernesto Dornelles e Hospital Mae de Deus. Porto Alegre – RS

A população brasileira e mundial acima de 70 anos vem crescendo nos últimos anos.

Dados observacionais da década de 90 sugerem que pacientes de mais de 70 anos de idade evoluem com maior risco de eventos quando submetidos a intervenção percutânea (ICP). Entretanto a intervenção percutânea e uma abordagem que vem crescendo muito nesta população,apesar do risco aumentado da morbi-mortalidade.

A introdução do uso de stent no fim da década de 90 modificou este cenário reduzindo a oclusão aguda e a necessidade de cirurgia cardíaca de urgência bem como o maior controle da anticoagulação com redução de sangramentos

Este trabalho teve como objetivo comparar a incidência de complicações intra-hospitalar num grupo de pacientes com idade superior a 70 anos e compará-los com pacientes com menos de 70 anos. Foram utilizados os teste t de student e qui- quadrado para variáveis continuas e categóricas, respectivamente. Valores de p<0,05 foram considerados diferença estatística significante .Foram incluídos 296 pacientes sendo 186 (62,8%) com idade menor que 70 anos e 110 (37,2%) com idade superior a 70 anos. A maioria era do sexo masculino(60,8%vs68,2% ;p=0,45),angina estável foi o quadro clínico mais frequente (55,9%vs60%).

A artéria descendente anterior o vaso mais tratado (33,1vs 41,7%;p=0.32) bem como lesões mais complexa( tipo B e C). A media do diâmetro de stent utilizado foi de 3,11 ±0,40 e comprimento de lesão 18,4±6,2.O índice de sucesso foi alto e sem diferença estatística 96,6x97,1% p=0,97.O grupo mais idoso teve incidência de óbito maior (0,53vs1,81 p=0,06) acidente vascular cerebral (0%vs1,81 p=0,06) . Não houve infarto do miocárdio. A Insuficiência renal foi mais frequente no grupo idoso (0,0% VS2,7% P=0,02) com uso de diálise em 2/3 dos pacientes.

Conclusão: As complicações mais frequentes na população idosa foram bem evidenciadas neste trabalho destacamos a mais frequente que foi a insuficiência renal aguda acompanhada de aumento de mortalidade por isso, os autores recomendam o uso de medidas profiláticas como hidratação, N-acetilcisteina bem como hidratação com bicarbonato de sódio pré procedimento.Outra complicação frequente foi acidente vascular encefálico no grupo idoso. Em relação as complicações menores (hematoma retroperitonial, pseudo aneurisma e isquemia do membro inferior) não foram diferentes do grupo mais jovem.







Validation of risk estratification schemes for predicting stroke and tromboembolism in patients with atrial fibrillation: Nationwide cohort study.

Artigo comentado: Roberto Gamarski (RJ)

 

Algumas dúvidas ainda surgem em relação ao real benfício da aplicabilidade do CHADSVASC em relação ao CHADS na estratificação de risco tromboembólico em pacientes com FA paroxística, fenômeno habitualmente encontrado em idosos assintomáticos. Na avaliação inicial do EuroHeart survey, o CHADSVASC obteve uma semelhante estatística C em relação ao CHADS, mas foi melhor em identificar os pacientes de real baixo risco e categorizou apenas uma pequena proporção na categoria de risco intermediário.

Neste estudo dinamarquês foram incluídos todos os pacientes com FA ou flutter não valvulares, avaliados no período de 1997-2006, tendo sido estimada a taxa de eventos para tromboembolismo e morte levando-se em consideração ambos os escores acima citados , utilizando-se também da combinação dos fatores de risco individuais contidos nestes escores, resultando em um escore de 1 ou 2. Foi feita uma análise para desfechos em um, cinco e dez anos. Foram então construídas curvas de sobrevida livre de eventos para escores de zero e um, para as duas ferramentas.Observa-se com esta uma nítida diferença do fator idade em relação aos demais fatores de risco em relação à sobrevida livre de eventos.

No escore de (1) um ponto a taxa de eventos por cem pessoas/ano para o CHAD S x CHADSVASC foi de 4,75 e 2,01, respectivamente.

Pacientes classificados como de risco intermediário pelo CHADS tiveram uma significativa maior taxa de eventos tromboembólicos do que aqueles classificados como de risco intermediário pelo CHADSVASC (3,6x1,5), respectivamente; fato este também observado em pacientes tratados com anticoagulantes.

As categorias consideradas como de alto risco( ≥2)dois, por ambos os escores ,tiveram um substancial aumento na taxa de eventos tromboembólicos em relação às categorias de baixo e intermediário risco.

O grupo CHADSVASC de risco baixo e intermediário teve uma mortalidade bem menor do que grupos de baixo e intermediário risco do CHADS.

A variável mais associada ao maior risco no escore de CHADS = 1 foi a idade ≥75 anos e a hipertensão a variável associado ao menor risco e, no CHADSVASC=1 , o diabetes foi associada ao maior risco, seguido da idade de 65-74 anos .

Considerando-se pacientes com CHADSVASC=2 o tromboembolismo prévio foi a variável associada ao maior risco, seguido pela idade ≥75 anos.

Portanto, a habilidade preditiva do CHADSVASC foi claramente superior a do CHADS na categorização em grupos de risco. Em acompanhamento de um, cinco e dez anos, a estatística com o CHADS foi de 0,722/ 0,796 / e 0,812, respectivamente. Para o CHADSVASC foi de 0,845 / 0,877 e 0,885, respectivamente.

Conclusões: Nem todos os fatores de risco compondo o CHADS escore=1 estiveram associados a um risco igual;um risco particularmente superior foi verificado com a idade ≥ 75 anos

Pacientes com um CHADSVASC=1 tiveram uma real baixa taxa de eventos, o que caracterizaria melhor um risco moderado do que o CHADS.

Pacientes com CHADSVASC=0 tiveram um verdadeiro baixo risco.

 

Neste trabalho a taxa de eventos por 100 pacientes para o CHADSVASC =0 foi de 0,78(0,58a 1,04) em um ano, já para um CHADSVASC =1 por uma idade de 65-74 anos a taxa de eventos foi de 2,88(2,29 a 3,62) e para um CHADSVASC=2 por uma idade≥75 anos a taxa de eventos foi de 4,75(4,14A5,44), taxa esta maior do que a verificada com a combinação dos demais fatores perfazendo um escore CHADSVASC=2 e inferior apenas ao tromboembolismo prévio.

Isto é clinicamente importante, pois muitos pacientes considerados como de baixo ou intermediário risco pelo CHADS não são pacientes de baixo risco verdadeiro, especialmente quando levamos em consideração o fator idade≥75 anos.

Portanto verificamos que uma idade ≥75 anos é um forte preditor da necessidade de anticoagulação em fibrilação atrial paroxística, face ao seu maior risco. Esta é uma orientação que serve para uma população em geral, mas que sempre precisa ser individualizada para o nosso paciente, levando-se em conta riscos e benefícios, especialmente quando nos deparamos com a presença de outras comorbidades capazes de aumentar os riscos em relação aos benefícios.

OlesenJB,Lip GYH,Hansen ML el al.

Validation of risk estratification schemes for predicting stroke and tromboembolism in patients with atrial fibrillation: Nationwide cohort study.

Copenhagen University Hospital. BMJ 2011:342:d124

 

Comentários

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