DECAGE News 08 - 2014

30/11/2014, 22:00 • Atualizado em 24/01/2025, 13:08

Compartilhar

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Caros Amigos

Ainda estamos nos festejos do XI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria realizado em Ouro Preto, Minas Gerais, nos dias 7 e 8 de novembro. Não seria preciso ratificar todo o esmero que a Comissão Organizadora, comandada pelo Dr. José Carlos Zanon, dedicou a esse evento. Com objetividade, conseguiu construir uma programação de altíssimo nível científico, balanceando, elegantemente, a experiência da prática clínica do dia a dia, com os mais modernos conceitos do que se faz e do que se discute no mundo atual. Assim, tivemos auditórios permanentemente lotados até o último minuto do evento. Acrescente-se, ainda, a hospitalidade sempre calorosa e aconchegante, acompanhada da tradicional cozinha mineira, realçando a alegria do encontro, do prazer de rever amigos. Obrigado aos irmãos mineiros por nos terem premiado com tão importante evento.

Acreditando que as metas propostas para 2014 tenham sido atingidas e ainda embalados pelos momentos de alegria do nosso congresso, o DECAGE, pela primeira vez, estará participando do Brasil Prevent, em sua 4ª edição. Levando sua experiência acumulada ao longo dos anos, inclusive além-fronteiras, o DECAGE espera estar contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, para que possam envelhecer com mais saúde e mais dignidade.

Assim, ainda não desfaçam as malas, estaremos em Recife nos dias 11 e 12 de dezembro, embalados pelo mesmo sucesso de Ouro Preto.

Um abraço para todos.

Josmar de Castro Alves
Presidente DECAGE

MENSAGEM DA DIRETORIA 2014-2015

Esse foi um ano de intensa participação do DECAGE em vários eventos regionais, nacionais e internacionais. Tivemos, como desafio, o Decage News e agradecemos a todos os que participaram de sua elaboração. Desejamos a toda a família decageana um Natal cheio de luz anunciando um final de ano repleto de alegrias. Participe do nosso grupo e dos nossos eventos em 2015!



 ESQUINA CIENTÍFICA

Atividade Física e Variabilidade da Frequência Cardíaca em Idosos - CLIQUE AQUI
Ismael Polli – RS

Baixa dose de aspirina para prevenção primária de eventos cardiovasculares em pacientes japoneses acima de 60 anos com fatores de risco cardiovascular  - CLIQUE AQUI
José Antonio Gordillo de Souza - SP; Roberto Dischinger Miranda – SP; Disciplina de Geriatria e Gerontologia – UNIFESP-EPM

RETROSPECTIVA 2014

30.03.2014
A Dra. Claudia F. Gravina e o Dr. Roberto A Franken brilharam no American College of Cardiology, apresentando II DIRETRIZES EM CARDIOGERIATRIA DA SBC (2010).

11.04.2014
A Dra. Jessica Myriam, representante do DECAGE-PE, ministrou aula sobre "Diretrizes em Hipertensão, um olhar geriátrico”, no Real Hospital Português, Recife- PE.

11.04.2014
O Decage esteve presente no 31° Congresso da SOCERJ, na mesa: Hipertensão em Cardiogeriatria.

12.04.2014
A Dra. Ângela Sichimel, representante do DECAGE-MS, coordenou o simpósio AMI (Atendimento Multidisciplinar ao Idoso), durante o Congresso Médico Científico Internacional Brasil-Itália, em Campo Grande (MS).

25 e 26.04.2014
O Dr. Roberto Miranda esteve presente na XXXVIII Jornada de Cardiologia de Ribeirão Preto, coordenada pela Dra. Rosana G. Mendes, cujo tema principal foi Cardiogeriatria.

26 e 27.04.2014
Sob a coordenação da Dra. Edna Conter, ocorreu a VII Jornada do DECAGE-RS, na cidade de Caxias do Sul-RS.

29.04 a 03.05.2014
O DECAGE participou do XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, em Belém do Pará.

14 a 17.05.2014
O Decage foi representado pela colega Tereza Rogério, no 26º Congresso Bahiano de Cardiologia, na sessão “Bate e Volta”, de temas cardiogeriátricos.

07 a 09.08.2014
O Decage esteve presente no XXIV Congresso da Sociedade Mineira de Cardiologia, realizado em Belo Horizonte-MG.

14 a 16.08.2014
O Decage marcou presença no XXXIV Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia, com o VI Simpósio DECAGE Norte-Nordeste, realizado em Recife-PE.

22.08.2014
Fórum de Cardiogeriatria, durante o congresso SOCERGS 2014.

26.09.2014
Avaliações especiais no 69° Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Brasília-DF.

07 a 08.11.2014
XI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria, em Ouro Preto, Minas Gerais.

28 a 29.11.2014
VII Jornada de Cardiogeriatria, na cidade de Santana do Livramento-RS.

11 a 12.12.2014
Presença do DECAGE no Brasil Prevent, em Recife-PE.

Confira os números anteriores do DECAGE NEWS 2014:
http://departamentos.cardiol.br/decage2014/publicacoes/news.asp
 

PERSPECTIVAS PARA 2015

I Jornada de Cardiogeriatria, no Acre

VIII Jornada de Cardiogeriatria, em Santa Maria-RS

Participações em Congressos regionais, nacional e internacional

XII Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria, nos dias 06 e 07 de novembro 2015, na cidade de Curitiba-PR 

Esquina Científica

Decage News - 008 (Dezembro/2014)

Atividade Física e Variabilidade da Frequência Cardíaca em Idosos
Ismael Polli – RS

O sistema nervoso autônomo exerce uma importante função na manutenção do equilíbrio do sistema cardiovascular. Barorreceptores e quimiorreceptores localizados no coração e na circulação periférica, bem como receptores atriais e ventriculares, detectam prontamente alterações hemodinâmicas no sistema cardiovascular determinando ações do sistema nervoso autônomo que objetivam a adaptação e o retorno a homeostase.1
Esse controle neuronal está intimamente ligado à frequência cardíaca e a atividade barorreceptora reflexa. Na presença de ritmo sinusal, o sistema nervoso autônomo é o principal regulador da frequência cardíaca.

Uma medida simples e prática para a mensuração da atividade do sistema nervoso autônomo é a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), que pode ser obtida através de índices obtidos em um exame de holter, por exemplo. A mensuração da VFC nos indica a flutuação entre os intervalos RR, refletindo essa complexa interação entre as vias simpática e parassimpática e nos fornecendo dados sobre o controle autonômico.

A redução da VFC tem sido apontada como importante indicador de risco de eventos cardiovasculares em indivíduos normais e em portadores de uma grande variedade de doenças, refletindo o papel vital que o SNA desempenha sobre a manutenção da saúde2. Diversos estudos demonstraram índices de VFC reduzidos em pacientes portadores de hipertensão arterial, infarto do miocárdio prévio, doença arterial coronariana estável e aterosclerose3. Índices de VFC baixos (SDNN<50) medidos precocemente após o IAM (dentro de 14 dias) se associaram a um risco três a quatro vezes maior de mortalidade em 3 anos4,5.

O processo de envelhecimento, costumeiramente causa uma depleção do tônus vagal e consequente aumento da atividade simpática, reduzindo a VFC. Essa redução pode ser melhor observada em mulheres idosas, devido também a depressão dos níveis hormonais de estrogênio ocorrida na menopausa6.

Por outro lado, a prática regular de atividade física tem sido referida como um fator de incremento no tônus vagal devido às adaptações fisiológicas ocorridas pelo aumento do trabalho cardíaco, uma vez que há uma redução da sensibilidade dos receptores beta. Assim, a elevação da modulação parassimpática induz uma estabilidade elétrica do coração, ao passo que a atividade simpática elevada aumenta a vulnerabilidade do coração e o risco de eventos cardiovasculares.

Estudo recente, publicado no Circulation7, que avaliou indivíduos idosos (média de idade 71 anos), demonstrou que a prática regular de atividades físicas foi tanto transversalmente como longitudinalmente associada a índices específicos mais favoráveis de VFC. Ao longo de 5 anos, aqueles que aumentaram seu ritmo de caminhada ou a distância percorrida tiveram índices de VFC mais favoráveis quando comparados com aqueles que diminuíram seu ritmo de caminhada ou a distância percorrida.

Esses resultados corroboram o fato de que a prática de atividade física mantida é benéfica em qualquer idade, pois além das inúmeras vantagens já conhecidas, provoca também adaptações fisiológicas benéficas importantes sobre o sistema nervoso autônomo.

1. Cooke WH, Cox JF, Diedrich AM, Taylor JA, Beightol LA, Ames JE 4th, et al. Controlled breathing protocols probe human autonomic cardiovascular rhythms. Am J Physiol. 1998; 274(2 Pt 2):H709-18.
2. Pumprla J, Howorka K, Groves D, Chester M, Nolan J. Functional assessment of heart rate variability: physiological basis and practical applications. Int J Cardiol. 2002; 84(1):1-14.
3. Carnethon MR, Liao D, Evans GW, Cascio WE, Chambless LE, Heiss G. Correlates of the shift in heart rate variability with an active postural change in a health population sample: The Atherosclerosis Risk In Communities study. Am Heart J. 2002;143(5):808-13.
4. Kleiger RE, Miller JP, Bigger JT Jr, Moss AJ. Decreased heart rate variability and its association with increased mortality after acute myocardial infarction. Am J Cardiol 1987; 59:256.
5. Buccelletti E, Gilardi E, Scaini E, et al. Heart rate variability and myocardial infarction: systematic literature review and metanalysis. Eur Rev Med Pharmacol Sci 2009; 13:299.
6. Paschoal MA, Volanti VM, Pires CS, Fernandes FC. Variabilidade de frequência cardíaca em diferentes faixas etárias. Rev Bras Fisioter. 2006;10(4):413-9.
7. Soares-Miranda L, Sattelmair J, Chaves P, Duncan GE, Siscovick DS, Stein PK, Mozaffarian D. Physical activity and heart rate variability in older adults: the Cardiovascular Health Study. Circulation. 2014 May 27;129(21):2100-10.

 

Decage News - 008 (Dezembro/2014)

 

Baixa dose de aspirina para prevenção primária de eventos cardiovasculares em pacientes japoneses acima de 60 anos com fatores de risco cardiovascular
José Antonio Gordillo de Souza- SP
Roberto Dischinger Miranda – SP
Disciplina de Geriatria e Gerontologia – UNIFESP-EPM

Foi publicado online recentemente um estudo no JAMA em 17 de novembro de 2014 analisando o uso de baixa dose de aspirina na prevenção primária de idosos japoneses com fatores de risco cardiovascular.

Estudo multicêntrico, randomizado, de 14.464 idosos japoneses de 60 até 85 anos ( média de 70 anos) que apresentavam hipertensão, dislipidemia ou diabetes. Pacientes foram randomizados 1:1 para receberem aspirina tamponada na dose de 100 mg/dia ou não receberem a medicação.

Não ocorreram diferenças significativas no desfecho primário que era o desfecho composto de morte cardiovascular, AVC não fatal, e infarto do miocárdio não fatal na comparação entre os dois grupos.

Quando analisamos os desfechos secundários, o grupo que recebeu aspirina apresentou menor número de infarto do miocárdio não fatal e ataque isquêmico transitório as custas de maior risco de complicações relacionadas com a terapia.

As complicações que foram significativamente maiores no grupo da aspirina foram: dispepsia, úlcera gastroduodenal, hemorragia gastrointestinal e gastrite erosiva.

Devemos repensar o uso de aspirina como prevenção primária em idosos com fatores de risco cardiovasculares, pesando os riscos benefícios desta terapia individualmente.

http://jama.jamanetwork.com/data/Journals/JAMA/0/joi140156.pdf?v=635515833223670000

 

Comentários

Logotipo do departamentoLogotipo da SBC

Departamento de Cardiogeriatria

Av. Marechal Câmara, 160
3º andar - Sala: 330
Centro - Rio de Janeiro
CEP: 20020-080

+55 (21) 3478-2700

E-mail:

decagesbc01@gmail.com

 

Redes sociais

Link para FacebookLink para InstagramLink para TwitterLink para Youtube