DECAGE News 03 - 2014

31/05/2014, 21:00 • Atualizado em 24/01/2025, 12:47

Compartilhar

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Fortalecendo cada vez mais a perfeita parceria com a SBGG, o DECAGE esteve presente no XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, em Belém (PA), no período de 29/04 a 03/maio. Tendo como tema oficial “A nova geração de idosos e os desafios contemporâneos” uma ampla programação cientifica foi elaborada, visando através do debate e da troca de informações preparar esse novo futuro. O DECAGE esteve presente neste debate, trazendo sua experiência e contribuindo para que os objetivos propostos pela SBGG possam ser atingidos. Acreditamos que tanto para o DECAGE como para SBGG, essa troca de experiências tenha sido bastante gratificante, pois, temos como objetivo maior um olhar cada vez mais profissional e

humano para essa “Revolução da Longevidade”.
 
Agradecemos a SBGG o gentil convite e a oportunidade de poder contribuir para um futuro mais saudável e mais promissor aos nossos idosos.

Josmar de Castro Alves (RN)
Presidente DECAGE - Biênio 2014/2015

ACC/ SBC/ Egypt Meeting em Washington
 Depoimento da Dra. Claudia Gravina e Dr. Roberto Franken

A Cardiogeriatria teve a honra de ser escolhida pelo Presidente da SBC, Dr. Angelo de Paola, para ser o tema do simpósio conjunto ACC/ SBC/ Egypt Meeting em Washington, face ao grande interesse dos americanos pelas nossas Diretrizes em Cardiogeriatria. Este interesse foi motivado pelo fato do DECAGE/SBC ter realizado as únicas Diretrizes sobre este tema já publicadas.

Para a Dra. Claudia Gravina, coube a pergunta: "What was the impetus for and experience of stablishing Geriatric cardiology Guidelines?". Dra. Claudia apresentou os fatores que levaram à necessidade de realização deste trabalho, frente a: (1) heterogeneidade cultural, regional, econômica do Brasil; (2) área geográfica extensa e grande população, com distribuição heterogênea entre as regiões; (3) aumento crescente de idosos, constituindo atualmente a sexta maior população mundial de idosos; (4) distribuição heterogênea de cardiologistas entre as regiões, e pequeno número de geriatras; (5) oportunidade de disseminar as peculiaridades do tratamento no idoso. Demonstrou ainda: como foram confeccionadas as diretrizes, a necessidade de maior número de participantes face ao menor número de evidências, com participação de 112 representantes de 19 estados, dentre os 26 estados brasileiros, além do Distrito federal e, finalmente, a participação dos colegas americanos. Esta colaboração entre o DECAGE/SBC e a Geriatric Cardiology Section/ACC vem de longa data, devido à participação dos Drs. Mauricio Wajngarten e Claudia Gravina no Board of Directors dos colegas americanos.

Para Dr. Roberto Franken, coube a pergunta: "The effect of Geriatric Cardiology Guidelines on care provided to older CV patients in Brazil". Dr Franken dividiu seu tema em três pontos: (1) estamos aptos a atender em cardiogeriatria? (2) qual o comportamento dos médicos brasileiros diante das diretrizes nacionais; (3) contraponto entre o raciocínio clínico e as diretrizes.

O evento teve grande sucesso, com extensos elogios dos colegas americanos e egípcios frente ao trabalho do DECAGE, que sempre contou com o apoio incondicional da SBC para estas realizações

ESQUINA CIENTÍFICA

Recomendações sobre o rastreio de demência - CLIQUE AQUI
Mauricio Wajngarten (SP)

Cuidados Paliativos - CLIQUE AQUI
José Antonio Gordillo de Souza (SP)

Alvos de Controle da Hipertensão no idoso: impacto das novas diretrizes - CLIQUE AQUI
Jairo Lins Borges (SP)

INFORMES

O DECAGE esteve presente no 31° Congresso da SOCERJ, em 11/04 pp, na mesa Hipertensão em Cardiogeriatria. Representaram o departamento a Dra Elisabete Vianna de Freitas, com o tema Demência e hipertensão e o Dr Roberto Gamarsky, com o tema Disfunção erétil e hipertensão. Veja fotos. O Dr. Roberto D.Miranda esteve presente nos dias 25 e 26 de abril na XXXVIII Jornada de Cardiologia de Ribeirão Preto, coordenada pela Dra Rosana G. Mendes, cujo tema principal foi cardiogeriatria discutida em casos clínicos interativos abordando DM, FA não valvar, lesão de carótidas, E Ao com indicação de TAVI. Veja fotos.
A Dra Jessica Myriam ,representante do DECAGE-PE ministrou aula sobre " Diretrizes em Hipertensão, um olhar geriátrico "dia 11 de abril 2014, no Real Hospital Português. Veja fotos. A diretoria do DECAGE 2014 , representada pelo seu presidente Josmar de Castro Alves, diretor científico Paulo Roberto Toscano,diretor de relações com as sociedades estaduais Roberto Gamarski e Diretor Administrativo - José Carlos da Costa Zanon esteve presente no XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia que, ocorreu de 29/04 a 03/05, em Belém do Pará. Veja fotos.
Sob a coordenação da Dra Edna Conter,representante do DECAGE-RS, ocorreu nos dias 26 e 27 de abril a VII Jornada do DECAGE-RS na cidade de Caxias do Sul- RS. Veja fotos. Participe do XI Congresso Brasileiro de Cardiogeriatria, em Ouro Preto, Minas Gerais, nos dias 07 e 08 de novembro do corrente ano. Inscreva-se!
Visite o site do congresso: www.decage2014.com.br

Esquina Científica

Decage News - 003 (Junho/2014)

Cuidados Paliativos
José Antonio Gordillo de Souza (SP)

Cada vez mais, devemos estar preparados para a utilização dos cuidados paliativos na nossa rotina. Com o envelhecimento da população teremos, cada vez mais, pacientes que podem se beneficiar desta abordagem. Em 2 de janeiro de 2014, foi publicado no Journal of the American Heart Association artigo analisando os motivos da pequena utilização dos cuidados paliativos em pacientes com insuficiência cardíaca. Apesar dos recém publicados Guidelines de manejo da insuficiência cardíaca, da ACCF/AHA, de 2013 que enfatizam o potencial benefício da aplicação de cuidados paliativos no manejo da insuficiência cardíaca, esta abordagem ainda é pouco utilizada. Os principais fatores relacionados com esta baixa utilização, segundo o artigo, são a falta de conhecimento dos médicos a respeito dos cuidados paliativos e do conceito errado, ainda muito difundido, de que cuidados paliativos devem ser implementados apenas em pacientes no final da vida. A abordagem dos cuidados paliativos pela educação médica poderá melhorar o tratamento dos pacientes com insuficiência cardíaca.
 
Referência: J Am Heart Assoc. 2014;3:e000544; originally published January 2, 2014

Decage News - 003 (Junho/2014)

Recomendações sobre o rastreio de demência
Mauricio Wajngarten (SP)

A United States Preventive Services Task Force (USPSTF) divulga uma atualização das recomendações sobre o rastreio de demência feitas em 2003. Foram revistas as evidências sobre benefícios, danos, sensibilidade e especificidade de instrumentos de rastreamento para comprometimento cognitivo em adultos mais velhos. Também foram revistos os benefícios e malefícios de medicamentos comumente usados e das orientações dadas aos idosos com comprometimento cognitivo leve ou demência precoce e aos seus cuidadores.

As recomendação aplicam-se a triagem universal com instrumentos formais de triagem em maiores de 65 anos residentes na comunidade que compõem a população geral de atenção primária e não apresentam sinais ou sintomas de comprometimento cognitivo.

Em relação às recomendações de 2003, foram encontradas muito mais informações sobre o desempenho dos testes de rastreamento e a USPSTF concluiu que agora existe informação adequada sobre o desempenho de algumas ferramentas de triagem.

De modo semelhante aos resultados da revisão de evidências e recomendações de 2003, a USPSTF concluiu que os tratamentos farmacológicos resultam em pequenos benefícios de significado clínico desconhecido e concluiu mais uma vez que a evidência geral é insuficiente para fazer uma recomendação sobre o rastreio de comprometimento cognitivo.

Fonte: Moyer VA et al. Screening for Cognitive Impairment in Older Adults: U.S. Preventive Services Task Force Recommendation Statement. Ann Intern Med. 2014; online 25 de março.

 

Decage News - 003 (Junho/2014)

Alvos de Controle da Hipertensão no idoso: impacto das novas diretrizes
Jairo Lins Borges (SP) - Departamento de Cardiologia da UNIFESP. Divisão de Cardiogeriatria

A partir de meados de 2013, três novas diretrizes internacionais sobre hipertensão arterial sistêmica (HAS) foram publicadas: o tão esperado JNC-8 norte-americano, um documento conjunto da Sociedade Internacional de Hipertensão e da Associação Americana de Hipertensão (ISH/ASH) e a análise das Sociedades europeias de cardiologia e de hipertensão (ESC/ESH).

Diversas modificações foram introduzidas por esses documentos, visando simplificar os objetivos do tratamento da HAS, o que é absolutamente louvável. Por exemplo, na maioria dos casos, incluindo diabetes e insuficiência renal, o alvo de controle da HAS passou a ser < 140/90 mmHg, eliminando em boa hora a busca implacável por metas extremamente rigorosas (< 130/80 mmHg) sem evidência científica consistente para tal, que submetia pacientes e médicos a um exercício fratricida e inglório de promoção de polifarmácia com todos os inconvenientes adicionais que implica, sobretudo em termos de reações adversas, por vezes graves, aos fármacos. O idoso é, de longe, o subgrupo populacional que mais utiliza medicamentos e, não por acaso, é também o que mais necessita de atendimento médico de urgência e de internações hospitalares devido ao uso excessivo de medicamentos.

Para idosos saudáveis, com idade abaixo de 80 anos, foi proposto pelas diretrizes da ESC/ESH e da ISH/ASH, o alvo < 140/90 mmHg, seguindo o que foi proposto também para populações mais jovens, a partir da idade de 20 anos. No entanto, para os subgrupos populacionais a partir da idade de 80 anos, desde que também sejam considerados saudáveis, foi reservado o alvo < 150/90 mmHg, levando em consideração, principalmente, os achados específicos do estudo HYVET.

O ponto fora da curva nessa trinca de diretrizes ficou por conta do JNC-8, que propôs o alvo abaixo de 150 mmHg para a pressão arterial sistólica de pacientes com idade acima de 60 anos. Ora, é exatamente a partir da idade de 65 anos que o risco cardiovascular (CV) da HAS se mostra mais pronunciado. Análises epidemiológicas do CDC norte-americano mostraram que a mortalidade por doença coronária de hipertensos abaixo de 65 anos de idade é de 30 por 100 mil pessoas, ao passo que acima dessa faixa etária, é de 1038 por 100 mil pessoas, ou seja, um índice quase 35 vezes maior. Paralelamente, o acidente vascular cerebral, complicação muito frequente da HAS, tem mortalidade de 7 por 100 mil pessoas no subgrupo abaixo de 65 anos e de 356/100 mil pessoas naquele acima de 65 anos de idade, ou seja, 50 vezes maior.

Desse modo, de nosso ponto de vista, a posição das diretrizes da ESC/ESH e da ASH/ISH, é a mais racional e também a que melhor se aplica à população de idosos hipertensos brasileiros. Insatisfeitas com o JNC-8, as principais associações de cardiologia dos Estados Unidos (American Heart Associaton e American College of Cardiology) anunciaram novas diretrizes conjuntas sobre HAS para 2015, por não concordarem com as teses aparentemente radicais do JNC-8, cujos autores optaram por utilizar apenas evidências muito rígidas na preparação desse documento oficial, atraindo com isso uma chuva de críticas pesadas tanto da comunidade científica internacional como norte-americana.

De todo modo, em relação ao ponto principal da abordagem da HAS, ou seja, a simplificação do diagnóstico e a definição das metas terapêuticas, os três documentos convergiram para um denominador comum inegavelmente digno de elogios, e isso deverá contribuir para que mais e mais hipertensos possam ser adequadamente conduzidos na prática clínica e alcancem os objetivos do tratamento, com redução significativa consequente das graves complicações CV e renais da HAS, sobretudo entre as maiores vítimas da hipertensão na população, ou seja, os idosos.

Referências bibliográficas
1. Clinical Practice Guidelines for the Management of Hypertension in the Community. A Statement by the American Society of Hypertension and the International Society of Hypertension. J Hypertens 2014; 32: 3-15.
2. 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). J Hypertens 2013; 31: 1281-1357
3. 2014 Evidence-Based Guideline for the Management of High Blood Pressure in Adults. Report From the Panel Members Appointed to the Eighth Joint National Committee (JNC 8). JAMA. doi:10.1001/jama.2013.284427. Published online December 18, 2013

Comentários

Logotipo do departamentoLogotipo da SBC

Departamento de Cardiogeriatria

Av. Marechal Câmara, 160
3º andar - Sala: 330
Centro - Rio de Janeiro
CEP: 20020-080

+55 (21) 3478-2700

E-mail:

decagesbc01@gmail.com

 

Redes sociais

Link para FacebookLink para InstagramLink para TwitterLink para Youtube